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Atualizado às: 13 de junho, 2006 - 02h37 GMT (23h37 Brasília)
 
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EUA negam que suicídios sejam 'publicidade'
 
 Base militar americana de Guantánamo, em Cuba
Advogado destacou "depressão" dos prisioneiros mantidos na base
O Departamento de Estado americano se distanciou dos comentários feitos por uma autoridade dos Estados Unidos afirmando que o suicídio triplo na prisão militar de Guantánamo, em Cuba, havia sido "uma boa medida de relações públicas para atrair atenção".

Colleen Graffy, a subsecretária de Estado, disse à BBC que as mortes eram parte de uma estratégia e uma "tática para ampliar da causa da jihad", mas acrescentou que o suicídio não era necessário.

Os comentários de Graffy geraram indignação de grupos de direitos humanos e autoridades européias.

"Eu não diria que (o suicídio triplo) foi um ato de publicidade", disse Sean McCormack, porta-voz do Departamento de Estado.

Sem comentários

O porta-voz do Departamento de Estado não informou se Colleen Graffy foi repreendida pelos comentários. Sean McCormack disse apenas que o Departamento de Estado tem preocupações graves toda vez que alguém comete suicídio sob custódia dos Estados Unidos.

Os comentários de Graffy foram feitos em uma entrevista à BBC no domingo. Ela acrescentou que os três homens que cometeram suicídio não davam valor à própria vida ou à vida daqueles que os cercavam.

Os detidos têm acesso a advogados, recebem correspondência e podem escrever para suas famílias por isso, de acordo com Graffy, eles tinham meios para fazer outras formas de protestos e é difícil entender como eles não usaram estas outras formas.

Libertação

Um dos três prisioneiros que se suicidaram na prisão de Guantánamo estava prestes a ser libertado, embora não soubesse disso, segundo um advogado que representa alguns detidos.

O advogado Mark Denbeaux disse que o homem, identificado como o saudita Mani Shaman Turki a-Habardi al-Utaybi, estava entre os 141 prisioneiros que seriam libertados em breve.

Segundo Denbeaux, Utaybi não foi informado de que estava na lista dos futuros libertados porque autoridades americanas ainda não haviam decidido para qual país mandá-lo.

As autoridades determinaram que Utaybi, que era acusado de ser membro de um grupo militante banido na Arábia Saudita, fosse transferido para outro país e continuasse preso, mas não especificaram onde.

"Seu desespero foi grande o suficiente e na sua ignorância ele se matou", disse Denbeaux.

O advogado enfatizou que os homens se mataram num ato de desespero e não para atrair atenção internacional.

"Essas pessoas ouvem que terão 50 anos quando saírem de lá, que eles não têm nenhuma esperança de sair", disse o advogado.

Pressão européia

Grupos de direitos humanos também interpretaram o suicídio dos três detentos como uma medida de desespero e mais uma prova de que a base precisa ser fechada.

O relator das Nações Unidas para a Tortura, Manfred Novak, disse que os líderes europeus devem usar uma cúpula entre União Européia e Estados Unidos em Viena, na semana que vem, para pressionar pelo fechamento de Guantánamo.

Os Estados Unidos mantêm cerca de 460 prisioneiros em Guantánamo, que consideram suspeitos de ligações com a rede extremista Al-Qaeda e o Talebã, milícia que governava o Afeganistão até a invasão americana, no final de 2001.

Os outros dois homens que foram encontrados mortos no sábado foram identificados como Ali Abdullah Ahmed (Iêmen) e Yassar Talal al-Zahrani (Arábia Saudita).

Ahmed seria um agente de médio para alto escalão da Al-Qaeda. Zahrani seria um combatente do Talebã que teria ajudado a pesquisar armas para usar contra os Estados Unidos e forças da coalizão liderada pelos americanos no Afeganistão.

 
 
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