Ele diz ter sérias dúvidas a respeito da legalidade e da justiça de manter "combatentes inimigos" detidos por tempo indeterminado no local.

Em um discurso realizado em Londres, Lord Goldsmith disse que o campo virou um símbolo de injustiça e que sua existência é "inaceitável".

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse em uma entrevista a uma rede de televisão concedida no último domingo que ele gostaria de "acabar" com o centro de detenção.

Já o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, classifou o campo em Cuba de "anomalia".

Porém, na condenação verbal mais forte feita por uma autoridade do governo britânico, Lord Goldsmith disse: "A existência de Guantánamo permanece inaceitável".

"Está na hora, na minha opinião, de o local fechar. Na minha opinião pessoal, não seria apenas certo fechar Guantánamo por uma questão de princípio, mas acredito que também ajudaria a retirar o que virou um símbolo para muitos - certo ou errado - de injustiça", afirmou.

"A tradição histórica dos Estados Unidos como um exemplo de independência, liberdade e justiça merece a retirada deste símbolo."

Cerca de 490 pessoas estão detidas em Guantánamo, que começou a funcionar em janeiro de 2002.

Constantes críticas são feitas pela comunidade internacional em relação às condições dos detentos no campo americano e o período em que eles estão sendo mantidos ali sem julgamento.

Grupos defensores dos direitos humanos disseram que os detentos, suspeitos de envolvimento em atos terroristas, são maltratados em métodos cruéis de interrogatórios - acusação negada pelos Estados Unidos.