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Atualizado às: 29 de outubro, 2007 - 14h33 GMT (12h33 Brasília)
 
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Cristina Kirchner é eleita presidente na Argentina
 
 Quero aprofundar as mudanças. Por isso, com a mesma responsabilidade que assumimos o país em 2003, peço a participação de todos.
 
Cristina Kirchner
A primeira-dama da Argentina, Cristina Kirchner, garantiu a vitória nas eleições presidenciais do país, ocorridas neste domingo. Segundo resultados oficiais, com 96,27% dos votos apurados, ela obteve 44,88% das preferências, contra 22,97% de Elisa Carrió, da Coalizão Cívica, a segunda colocada.

Para vencer no primeiro turno das eleições, a candidata da Frente para a Vitória precisa de pelo menos mais de 40% dos votos válidos e de uma vantagem de dez pontos percentuais em relação ao segundo colocado. Com menos de 4% dos votos ainda para serem contados, Carrió não tem mais como fechar a diferença.

De acordo com a mesma contagem, o ex-ministro da Economia, Roberto Lavagna, do UNA (Uma Nação Avançada), conquistou 16,90% dos votos apurados, enquanto Alberto Rodríguez Saá, o quarto colocado, obteve 7,72%.

Apesar de a apuração estar terminando apenas nesta segunda-feira, Cristina Kirchner fez o discurso da vitória ainda na noite de domingo.

"A Argentina votou e nos deu um lugar. E ganhamos amplamente. Talvez com a maior diferença entre a primeira e a segunda força política desde a chegada da democracia. Mas isso não nos coloca num lugar de privilégio, mas de maior responsabilidade com a confiança que nos depositaram os argentinos", disse ela. "Quero aprofundar as mudanças. Por isso, com a mesma responsabilidade que assumimos o país em 2003, peço a participação de todos."

O clima na base de Cristina Kirchner, em um hotel na capital argentina, já era de euforia desde o anúncio das primeiras pesquisas de boca-de-urna. Do lado de fora, seguidores de Cristina e do presidente Néstor Kirchner ergueram bandeiras e cantaram músicas de apoio ao casal presidencial.

Voto urbano

Apesar da vantagem significativa, Cristina perdeu em cidades e regiões importantes do país.

Na cidade de Buenos Aires, por exemplo, com 99,05% dos votos apurados, Elisa Carrió tinha 37,68% das preferências dos votos, contra 23,64% para a primeira-dama, em segundo.

Na Província de Córdoba, Roberto Lavagna ficou na frente com 35,22% do total, contra 23,82% para Cristina, com 96,83% dos votos apurados. Cristina foi derrotada inclusive na capital da Província, Córdoba, que é a segunda cidade mais populosa do país, atrás apenas de Buenos Aires.

Na Província de San Luis, já se previa a vitória de Alberto Rodríguez Saá, que lá tem seu reduto eleitoral. Com 97,23% dos votos contados, ele seguia com 67,81%, contra 11,71% para a vice-colocada Cristina Kirchner.

Por outro lado, o governo conseguiu conquistar o governo em Províncias-chave como Buenos Aires e Santa Cruz, o reduto eleitoral dos Kirchner.

O fato de Cristina ter perdido a eleição em três das cidades argentinas mais populosas - Buenos Aires, Córdoba e Rosário - , podem indicar que ela “não conseguiu obter o voto das classes médias urbanas, por problemas como a inflação”, disse à BBC o analista Jorge Castro.

“Isso talvez obrigue Cristina Fernández a fazer uma mudança na política adotada no governo de (Néstor) Kirchner, acima de tudo no tocante à transparência”, completou.

Sem precedentes

A Argentina já teve uma presidente antes, mas Cristina Kirchner é a primeira a ser eleita para o cargo.

Em 1974, María Estela Martínez de Perón, a Isabelita Perón, era vice-presidente e assumiu o cargo depois da morte do seu marido, o presidente Juan Domingo Perón.

Além de escolherem um novo presidente, os 27 milhões de eleitores argentinos também escolheram novos governadores em oito Províncias e cerca de metade dos membros da Câmara dos Deputados (130 dos 257 assentos) e um terço dos senadores (24 de 72).

Os resultados parciais indicam que Cristina deve iniciar seu mandato com maioria nas duas casas.

O horário oficial de votação foi estendido em uma hora, mas por causa de problemas de comunicação entre a Câmara Eleitoral Nacional, tribunais de justiça estaduais e o Ministério do Interior, algumas urnas foram fechadas na hora prevista inicialmente, às 18h locais, como na Província de Jujuy, norte do país.

"É a primeira vez desde a volta da democracia, em 1983, que o fim da eleição é atrasado em uma hora", informaram as emissoras de televisão América, Canal 5 e Todo Noticias.

No fim do dia, muitos eleitores ainda formavam longas filas para votar. A juíza federal Maria Servini de Cubria disse que muita gente deixou para votar "na última hora", temendo ser convocado para trabalhar como mesário. Muitos dos que foram convocados para ser mesário não compareceram, mesmo sob a ameaça de serem presos como manda o código eleitoral.

Sumiço de cédulas

Pouco antes do fechamento das urnas, os principais candidatos da oposição entraram com uma reclamação oficial de "fraude" na Câmara Nacional Eleitoral, como informaram Patricia Bullrich, da Coalizão Cívica, e Esteban Bullrich, da frente Recrear-PRO. Eles reclamaram contra a falta de cédulas de suas diferentes chapas em diversos pontos do país.

A denúncia foi feita pelos candidatos Elisa Carrió, Roberto Lavagna, Alberto Rodríguez Saá, Ricardo López Murphy, da Recrear-PRO, e Pino Solanas, do Projeto Sul.

"Muitas cédulas foram roubadas, impedindo os direitos dos argentinos. Isso é inédito na Argentina", afirmou Héctor Maya, candidato a vice-presidente de Rodríguez Saá, diante das câmeras de televisão.

Na Argentina, ao entrar na cabine eleitoral, o eleitor encontra diversas pilhas com cédulas dos candidatos de diferentes partidos para votar. Eleitores de diferentes pontos do país, como Buenos Aires e Mendoza, também reclamaram da falta de cédulas de seus candidatos em ligações para as principais emissoras de rádio do país, como Diez, Mitre e America.

O ministro do Interior, Aníbal Fernández, disse que a falta de cédulas não é responsabilidade do governo.

Colaborou Marcia Carmo, de Buenos Aires

 
 
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