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Advogados criticam inquérito sobre morte de Jean | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O escritório de advocacia Birnberg Peirce, que está representando a família de Jean Charles de Menezes, divulgou um comunicado para a imprensa no qual afirma que a independência da investigação sobre a morte do eletricista "já está comprometida". Jean Charles de Menezes foi morto pela polícia britânica a tiros dentro do metrô de Stockwell, no sul de Londres, no dia 22 de julho. Segundo a polícia, o brasileiro não obedeceu a pedidos para que parasse e correu para dentro da estação, onde foi morto pelos policiais com tiros na cabeça. Os policiais acreditavam que ele pudesse ser um suicida prestes a detonar explosivos. A investigação independente sobre a morte de Menezes está sendo conduzida pela Comissão Independente de Queixas sobre a Polícia (IPCC, na sigla em inglês), um órgão que investiga possíveis erros em ações policiais. De acordo com o documento divulgado pelos advogados, "o caso só foi reportado pela Polícia Metropolitanta ao IPCC vários dias após a morte, ao passo que o estatuto determina que tais incidentes devem ser informados 'o quando antes' e certamente dentro de 24 horas". Nesta quarta-feira à tarde, o IPCC divulgou um comunicado em resposta às alegações dos advogados no qual afirma que "o IPCC não aceita que a independência de sua investigação esteja comprometida". O órgão de investigação acrescentou ter sido "notificado da morte que ocorreu na estação de metrô de Stockwell por oficiais da Polícia Metropolitana pouco após o incidente, que ocorreu na manhã do dia 22 de julho". O órgão acrescenta ainda sem seu comunicado que na noite da sexta-feira, dia 22 de julho, representantes do IPCC anunciaram que o episódio foi encaminhado à comissão para que o órgão promovesse uma investigação independente sobre o incidente". Garantias O IPCC afirma ainda ter recebido garantias da Polícia Metropolitana de que terá pleno acesso às "pessoas e informações necessárias para conduzir sua investigação e as circunstâncias em que a morte ocorreu". A comissão de investigação disse já ter recebido uma série de "resultados positivos" decorrentes de seu apelo para que testemunhas se apresentassem. Os advogados também fizeram críticas à conduta da Política Metropolitana. O comunicado alude ao fato de que relatos da imprensa dão conta de que o vice-comissário da Polícia Metropolitana teria se reunido com a família de Menezes para discutir "indenização e outros temas". Os representantes legais criticaram o encontro sob o argumento de que os advogados não teriam sido consultados ou informados sobre a reunião. De acordo com os advogados, a reunião entre familiares e o enviado da polícia se deu pouco após o funeral de Menezes, em um momento em que a família ainda estava abalada pela morte do eletricista. Os advogados do escritório Birnberg Peirce disseram ainda que irão pedir à Polícia Metropolitana de Londres que financie uma viagem da família de Menezes à Grã-Bretanha, para que eles possam conhecer os locais em que ele vivia e a onde ele morreu e também para que eles possam se encontrar com os representantes do IPCC. O IPCC disse estar em contato regular com os advogados da família e acrescentou que aguarda ansiosamente a oportunidade de se encontrar com os familiares de Menezes assim que eles julgarem ser mais conveniente. A Polícia Metropolitana de Londres disse que não iria comentar as afirmações do escritório de advocacia. |
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