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Atualizado às: 26 de abril, 2005 - 16h56 GMT (13h56 Brasília)
 
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Britânicos pensam mais na saúde antes de votar
 

 
 
Hospital
Os britânicos, em geral, criticam, mas se orgulham do NHS
A guerra no Iraque provocou um impacto tão dramático na Grã-Bretanha que seria natural esperar grande influência do tema na atual campanha eleitoral.

Nem que fosse só para atacar o primeiro-ministro Tony Blair devido à sua decisão de enviar tropas britânicas para lutar ao lado dos americanos na derrubada de Saddam Hussein, sob a justificativa de que o Iraque escondia armas de destruição em massa.

A oposição até que lançou alguns mísseis desse tipo contra Blair, nesta semana, mas só porque a agenda previa tratar de política externa.

A verdade é que o público britânico pôs a guerra na geladeira. Pesquisa do instituto de sondagens Mori sobre os assuntos mais importantes para o eleitorado mostra o Iraque em 11º, depois de – na ordem - sistema nacional de saúde, crime, educação, pensões e assistência social, imigração e asilo, impostos, terrorismo, pobreza internacional, Europa e transporte.

NHS

A preocupação maior das 44 milhões de pessoas inscritas para votar em 5 de maio é o sistema nacional de saúde, o NHS (National Health Service).

Quase dá para imaginar como comparação um debate eleitoral no Brasil em torno do INSS. "Quase" é palavra-chave, porque, apesar das críticas, o sistema de saúde britânico, filho favorito do Estado de bem-estar criado após a Segunda Guerra Mundial, é grande, moderno, acolhe todo mundo e, o que é fundamental, não cobra nada.

De bicho-de-pé a tumor no cérebro, o sistema trata todos de graça e com medicina de alta qualidade. Mas claro que uma máquina assim enguiça de vez em quando.

Ao apresentar o orçamento nacional em março, o ministro das Finanças, Gordon Brown, anunciou verba de 90 bilhões de libras para o sistema de saúde no ano fiscal 2007.

É muito dinheiro, mas por mais que se dediquem recursos falta pessoal treinado de um lado, formam-se filas de espera de outro, e acabam surgindo casos escandalosos de incompetência ou despreparo.

No conjunto, porém, sobretudo aos olhos de estrangeiros, o sistema de saúde na Grã-Bretanha é uma máquina de fazer bem, não importa se o paciente é rico ou pobre.

Críticas

Os britânicos, em geral, criticam, mas se orgulham do seu sistema de saúde. Por isso mesmo se preocupam quando percebem ameaças a seu bom funcionamento.

Do governo atual, trabalhista, reclamam de desleixo de burocratas, obsessão com metas de desempenho, como se hospital fosse fábrica de parafusos, e buscam garantias de que não faltarão investimentos.

Da oposição, parte do público teme indiferença por um sistema de saúde que é público, sustentado por impostos e não visa lucro, aspectos que contrariam ideólogos do Partido Conservador.

Nas plataformas de cada partido para esta eleição, há promessas de melhoria para o NHS. Os trabalhistas dizem que vão reduzir as filas de espera para tratamento, trarão melhorias aos serviços de diagnóstico e permitirão o uso de hospitais particulares quando os públicos não derem conta do recado.

Os conservadores querem ampliar a opção privada e pretendem reduzir as listas de espera, autorizando os pacientes a se tratar em qualquer hospital particular que iguale os preços do tratamento público.

Os liberais-democratas anunciam atendimento pessoal gratuito a idosos e rapidez nos exames a fim de encurtar as listas de espera.

Os estrategistas de campanha política percebem agora que o sistema público de saúde interessa mais ao eleitorado do que se pensava.

Iraque, guerra, Saddam Hussein, armas de destruição em massa... Isso já cansou o público. Ninguém nega que são questões importantes, mas na hora de pôr o voto na urna, o eleitor britânico está preocupado mesmo é com a saúde de sua família.

 
 
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