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Atualizado às: 06 de setembro, 2006 - 18h25 GMT (15h25 Brasília)
 
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Bush reconhece prisões secretas da CIA no exterior
 
Estima-se que existam 450 prisioneiros na base dos EUA em Guantánamo
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, admitiu pela primeira vez explicitamente que a CIA (Central de Inteligência dos Estados Unidos) mantém prisões fora do território americano.

Em discurso nesta quarta-feira, Bush defendeu um programa da CIA para interrogar suspeitos de extremismo considerados importantes, dizendo que eles são uma fonte de informação vital.

"Nossa segurança depende da obtenção deste tipo de informação", disse Bush.

"Foi necessária a transferência destes indivíduos para um ambiente onde eles podem ser mantidos secretamente, interrogados por especialistas e, quando apropriado, processados por atos de terrorismo."

O governo americano vem sendo criticado por juristas e ativistas dos direitos humanos por sua política para a detenção do que as autoridades dos Estados Unidos chamam de "suspeitos de terrorismo".

Tortura

O presidente afirmou, contudo, que os Estados Unidos não praticam tortura, acrescentando que isso é contra os valores do país. Ele disse que não autorizou e nem autorizará essa prática.

Bush afirmou ainda que está enviando proposta ao Congresso pedindo que ele autorize comissões militares a julgarem detentos na base militar americana na baía de Guantánamo, em Cuba, por crimes de guerra.

A iniciativa é tomada meses depois que a Suprema Corte dos Estados Unidos determinou que tais comissões não deveriam existir sob as leis em vigor.

Bush anunciou que 14 importante suspeitos de "terrorismo" mantidos em prisões secretas da CIA serão transferidos para a prisão de Guantánamo, para eventual julgamento.

Entre os suspeitos estão Khalid Sheik Mohammed, suposto mentor dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, Ramzi Binalshibh, que, acredita-se, seja um dos líderes da al-Qaeda, e Abu Zubaydah, suposto homem de ligação entre Osama Bin Laden e várias células da al-Qaeda.

Convenções

Bush afirmou que eles agora vão enfrentar a Justiça e serão tratados sob novas diretrizes que darão a todos os detentos a proteção das Convenções de Genebra (que regulam o tratamento de prisioneiros de guerra).

"O Comitê Internacional da Cruz Vermelha está sendo comunicado de sua detenção, e terá a oportunidade de ter contato com eles. Os acusados de crimes terão acesso a advogados que vão ajudá-los a preparar sua defesa, e haverá uma suposição de inocência. Em Guantánamo, eles terão acesso à mesma comida, roupa, assistência médica e oportunidades para orações que outros detentos."

"Eles continuarão sendo tratados com a humanidade que negaram a outros", disse Bush.

O anúncio marca uma reviravolta na política para o Pentágono, que previamente alegava que vários detentos eram combatentes ilegais que não eram protegidos pelas Convenções de Genebra.

 
 
George W. BushGuantánamo
Decisão contra Bush não deve acelerar libertação.
 
 
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