09 de janeiro, 2008 - 19h21 GMT (17h21 Brasília)
da Redação da BBC Brasil
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse estar disposto a exercer pressão para que as negociações de paz no Oriente Médio avancem.
"Se é preciso que haja pressão então saibam que eu a providenciarei", disse ele após uma reunião com o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert.
Ele falou no início do que chamou de "visita histórica" à região para tentar dar impulso ao processo de paz relançado com a uma conferência em novembro na cidade americana de Annapolis.
O presidente americano acrescentou que sabe que o processo de paz para a região será difícil.
"Entendo perfeitamente que deverão ser fechados alguns acordos políticos difíceis. Sei que deverão ocorrer negociações difíceis. E o papel dos Estados Unidos é ajudar nestas negociações. Vamos ajudar e queremos ajudar", disse.
Poucas horas depois de sua chegada a Israel, fontes palestinas informaram que forças israelenses mataram três pessoas na Faixa de Gaza.
Pelo menos cinco pessoas foram feridas.
Os palestinos acusam Israel de ter intensificado ataques na véspera da visita de Bush.
A última incursão israelense em Gaza veio em resposta a ataques de mísseis disparados do território palestino contra Israel.
Olmert, falando ao lado de Bush após a reunião entre ambos, disse que Israel não iria tolerar ataques desse tipo.
"Não haverá paz enquanto o terror não acabar", disse ele.
Mas Olmert também reiterou seu compromisso com as negociações de paz para a região, afirmando que os dois lados estão "tentando progredir para compreender a solução de dois estados (palestino e israelense)".
Paz
Um dos principais temas da visita de Bush ao Oriente Médio é a negociação de paz entre israelenses e palestinos, que estão estagnadas desde a Conferência de Annapolis.
Durante o encontro, em novembro passado, nos Estados Unidos, Olmert e o presidente palestino Mahmoud Abbas se comprometeram a negociar com o objetivo de chegar a uma solução que inclua dois Estados, um israelense e outro palestino, até o fim deste ano.
Mas profundas diferenças sobre os assentamentos israelenses em territórios ocupados e sobre o status de Jerusalém têm dificultado o processo.
Olmert e Abbas se reuniram em Jerusalém na véspera da chegada do presidente americano para discutir a fronteira entre um futuro estado palestino e a situação de Jerusalém.
Hamas
Apesar da boa recepção na chegada do presidente, a visita oficial foi criticada pelo grupo militante Hamas, que controla a Faixa de Gaza e foi o vencedor das eleições palestinas.
"Bush não é bem-vindo porque ele é uma das principais razões do sofrimento do povo palestino", afirmou à BBC Sami Abu-Zhuri, do Hamas.
"Ele veio à região para trazer apoio moral, político e material para a ocupação israelense e também para aumentar a separação interna da Palestina", disse Zhuri.
Agenda
A visita a Israel marca o início da uma viagem de oito dias que o presidente norte-americano deve fazer pelo Oriente Médio.
Depois de Israel, Bush seguirá para o Kuwait e em seguida irá para Barein, Emirados Árabes, Arábia Saudita e Egito.
Em Israel, onde Bush ficará até sexta-feira, o presidente está sendo recebido com um dos maiores esquemas de segurança da história do país.
Mais de 8 mil policiais (cerca de um terço dos efetivos da polícia) estarão mobilizados durante as 48 horas da visita do presidente americano.
Na quinta–feira, Bush viajará para Ramallah, na Cisjordânia, para se encontrar com o presidente palestino Mahmoud Abbas e
com o primeiro ministro Salam Fayad.