08 de novembro, 2007 - 18h13 GMT (16h13 Brasília)
Guila Flint
De Tel Aviv
A Associação Israelense de Futebol decidiu, nesta quinta-feira, punir o time Beitar de Jerusalém pelo comportamento de seus torcedores durante a cerimônia em memória ao premiê Itzhak Rabin, assassinado em 1995.
No último domingo, 4 de novembro, dia do assassinato de Itzhak Rabin por um extremista israelense de direita, o público no estádio de futebol de Haifa foi convidado a manter um minuto de silêncio em homenagem ao primeiro-ministro.
Imediatamente, milhares de torcedores do Beitar, que é o campeão de Israel, começaram a vaiar e a gritar o nome do assassino, Igal Amir.
A cena causou um choque profundo em Israel, pela grande quantidade de pessoas, que, em público, demonstravam aprovação ao assassinato.
'Asco'
A Associação Israelense de Futebol declarou que o comportamento dos torcedores do Beitar representa uma "ofensa à própria existência de Israel como Estado democrático" e resolveu punir o time.
Os dois próximos jogos do time serão realizados sem a presença do publico.
O atual primeiro-ministro, Ehud Olmert, que também é torcedor do Beitar, declarou que sente "asco" pelas pessoas que vaiaram Itzhak Rabin no estádio.
A direção do Beitar protestou contra a punição e afirmou que a decisão é "injusta e populista" e que pretende apelar.
O deputado do partido Trabalhista, Eitan Kabel, disse que "a punição é tão leve que causa constrangimento".
Segundo Kabel, a sociedade israelense deve encontrar formas enérgicas e metódicas para se confrontar com o incitamento e o racismo nos campos de futebol.