O presidente dos EUA prestou homenagem a dissidentes cubanos

Em seu primeiro discurso sobre Cuba desde 2003, Bush disse que o fundo será liberado a cubanos quando o país adotar reformas democratizantes e vai ajudar especialmente empreendedores, que receberão "empréstimos e abatimentos de dívidas para ajudar a reconstruir seu país".

O presidente americano também apresentou uma proposta para dar às pessoas em Cuba acesso gratuito à internet e convidou jovens cubanos a participar de um programa de bolsas de estudo.

Bush criticou duramente o regime de Fidel e disse que vai manter o embargo econômico à ilha "enquanto o regime mantiver seu monopólio sobre a vida política e econômica do povo cubano".

O líder americano também disse que os Estados Unidos não vão dar apoio a um sucessor de Fidel Castro se reformas democratizantes não forem adotadas, porque isso seria como "trocar um ditador por outro".

"Os Estados Unidos não vão dar oxigênio a um regime criminoso, que vitima seu próprio povo", afirmou Bush.

"Gulag"

Depois de se referir a Cuba como um "gulag tropical" e sem citar uma só vez o nome de Fidel, o presidente americano pediu apoio internacional a mudanças democratizantes no país.

"Neste momento, enquanto falamos, estão crescendo os pedidos de mudanças fundamentais em toda a ilha", disse. "Agora é a hora de dar apoio aos movimentos democráticos crescendo na ilha. Agora é o momento de ficar ao lado do povo cubano, quando eles se levantam pela sua liberdade."

(Foi) um pedido de violência, um pedido, também, para o uso da força para derrubar o regime cubano e impor seus desejos em Cuba.   Felipe Perez Roque, ministro do Exterior de Cuba

"Agora é hora de os países do mundo colocarem de lado suas diferenças e se prepararem para uma transição cubana, para um futuro de liberdade e progresso."

Bush fez seu discurso na sede do Departamento de Estado, em Washington, onde se encontrou com dissidentes e parentes de dissidentes cubanos.

"Violência"

Os Estados Unidos adotaram um embargo econômico contra Cuba depois que Fidel Castro chegou ao poder na revolução de 1959.

Os boatos de possíveis mudanças no regime socialista em vigor na ilha caribenha aumentaram depois que Fidel, de 81 anos, deixou o poder, em julho do ano passado, por causa de problemas de saúde. O líder cubano foi substituído interinamente por seu irmão Raúl.

Em comentários divulgados depois do discurso de Bush, Fidel rejeitou os pedidos de mudança no regime e disse que Cuba, e não os Estados Unidos, é quem vai determinar seu próprio futuro político.

Por sua vez, o chanceler cubano, Felipe Perez Roque, disse que as palavras de Bush representaram um "ato irresponsável".

"Elas dão uma idéia do nível de frustração, de desespero e de ódio pessoal do presidente Bush por Cuba", disse Perez Roque.

"(Foi) um pedido de violência, um pedido, também, para o uso da força para derrubar o regime cubano e impor seus desejos em Cuba. Cuba rejeita categoricamente o incentivo à violência."