10 de setembro, 2007 - 10h03 GMT (07h03 Brasília)
O ex-primeiro-ministro paquistanês Nawaz Sharif foi preso no aeroporto de Islamabad quando chegava ao país, depois de sete anos de exílio, e deportado poucas horas depois.
Logo após a aterrissagem, tropas paramilitares cercaram o avião. Durante quase duas horas, Sharif se recusou a entregar seu passaporte a autoridades de imigração, mas acabou cedendo.
Pouco depois, ele foi levado a um helicóptero. Os primeiros relatos diziam que ele ficaria preso no Paquistão, mas um funcionário do alto-escalão do governo paquistanês disse à BBC que ele foi deportado, possivelmente para a Arábia Saudita.
Sharif afirmou que queria enfrentar o presidente Pervez Musharraf, que o retirou do poder em um golpe em 1999, e decidiu voltar ao país depois de anos no exílio quando a Suprema Corte do Paquistão declarou seu direito de retorno.
A bordo do avião que o levou de Londres para Islamabad, Sharif disse à BBC que queria ajudar a restaurar as leis no país.
"É a democracia versus a ditadura", afirmou ele.
Confrontos
A polícia tentou evitar que os partidários de Nawaz Sharif chegassem até o aeroporto colocando barricadas nas estradas e listando todos os vôos que chegavam à capital paquistanesa como "cancelados".
Há relatos de confrontos entre policiais e manifestantes a favor de Sharif em Islamabad, Rawalpindi e Attok, onde disparos foram ouvidos e várias pessoas teriam ficado feridas.
Um funcionário do partido de Nawaz Sharif, o Partido da Liga Muçulmana, disse à BBC que ele e outras vinte pessoas tinham sido espancados pela polícia do lado de fora do aeroporto.
No domingo, o partido disse que mais de dois mil manifestantes foram presos e muitos outros integrantes do partido, incluindo suas lideranças regionais, teriam sido levados pelas autoridades durante a noite.
Um policial disse que centenas de "encrenqueiros" haviam sido detidos.