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Candidatos na França são a favor do Brasil no Conselho da ONU | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Os candidatos à Presidência da França deram sinais de que são favoráveis a que o Brasil ocupe uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, depois de uma reforma do órgão. "Nicolas Sarkozy acredita que o Brasil é perfeitamente legítimo para ocupar a vaga que seria destinada, na reforma do Conselho, a um país da América Latina", disse à BBC Brasil Axel Poniatowski, porta-voz para política internacional do candidato da direita, favorito nas pesquisas de intenção de voto. Menos explícita, a socialista Ségolène Royal também "ficaria feliz" se o Brasil fosse designado para ocupar a vaga, disse à BBC Brasil Monique Saliou, conselheira da candidata para questões internacionais. "Somos favoráveis à reforma do Conselho de Segurança da ONU, mas não cabe à França designar qual seria o país latino-americano que ocuparia a vaga. Deixaremos que eles decidam e depois nos pronunciaremos a respeito", disse Saliou. Para o professor de ciências políticas da Universidade da Sorbonne, Stéphane Montclaire, é normal que um candidato à Presidência não seja tão explícito na tomada de posição sobre um assunto internacional – sobretudo que não diz respeito diretamente a União Européia – antes de ser efetivamente eleito. "Quando ele estiver no Palácio do Eliseu, aí ele poderá se posicionar mais claramente", diz Montclaire. Herança Montclaire afirma que o próximo presidente francês herdará a estrutura administrativa do ministério das Relações Exteriores, "que há anos já aconselha o chefe de Estado a apoiar a reforma do Conselho de Segurança da ONU e a candidatura do Brasil". "Já é muito positivo para o Brasil o fato de Nicolas Sarkozy achar que o país tem legitimidade para a vaga. Se fosse a Venezuela, a opinião certamente não seria a mesma", disse o porta-voz do candidato da direita. Em geral, independentemente do resultado das urnas no próximo domingo, a tendência é de continuidade nas relações entre a França e o Brasil. Ambos os finalistas também afirmam que não irão mudar a posição da França em relação às negociações agrícolas na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Sarkozy e Royal já afirmaram que continuarão defendendo os agricultores franceses. A posição da França, que recusa cortes maiores nas tarifas de importação de produtos agrícolas, vem impedindo que a Europa faça maiores concessões nas negociações da OMC para a liberalização do comércio mundial. Montclaire acredita, no entanto, que caso a socialista vença, a França poderia flexibilizar sua posição. "É normal que durante a campanha ela faça declarações que não desagradem aos agricultores. Mas o Partido Socialista tem tradicionalmente a posição de defesa dos países do Terceiro Mundo. E Royal poderia se aproximar mais das reivindicações dos países emergentes", diz ele. Democracia brasileira A candidata socialista também se interessa pela democracia participativa no Brasil, "um modelo para a esquerda européia e a francesa, em particular", diz sua porta-voz, e também pelo programa de biocombustíveis brasileiro, embora ela não tenha dado mais detalhes sobre como esse interesse poderia ser traduzido em algo concreto. "Estaremos abertos a discussões com o Brasil na área de biocombustíveis", disse Sialou. Poniatowski, porta-voz de Nicolas Sarkozy, diz que o candidato, se eleito, continuará a política de ações realizadas entre a França e o Brasil para o desenvolvimento dos países pobres. Uma dessas ações conjuntas foi a criação de uma taxa sobre passagens aéreas para financiar a compra de medicamentos em países pobres, iniciativa defendida por Chirac e o presidente Lula. Mas, no caso, de Sarkozy, essas ações teriam motivações não só humanitárias, mas também "para conter a imigração de pessoas desses países", disse seu porta-voz. |
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