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Teologia da Libertação não é mais 'prato do dia', diz d. Cláudio | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O cardeal brasileiro d. Cláudio Hummes, prefeito da Congregação para o Clero, reconhece aspectos positivos da Teologia da Libertação, mas diz que ela não está mais em primeiro plano. "A Teologia da Libertação deixou muitos elementos que foram assimilados pela Igreja e pela teologia, porque obviamente teve seus valores, mas não está mais no frontispício da cena, não é mais o prato do dia”, afirmou o cardeal em Roma, nesta quinta-feira. Na avaliação do ex-arcebispo de São Paulo, a maior ressalva da Igreja à Teologia da Libertação foi o uso da análise marxista nas suas pregações. "Alguns teólogos da libertação assumiram a análise marxista dentro de suas próprias reflexões como sendo algo científico, portanto válido, mas esta análise inclui a possibilidade da violência, de revolução armada e do ateísmo", afirmou d. Cláudio. Outro problema foi a atitude muito crítica diante das instituições, "inclusive da Igreja como instituição". Papa no Brasil O cardeal brasileiro, que vai viajar para o Brasil com o papa na semana que vem, é um dos principais colaboradores de Bento 16, dirigindo a Congregação responsável pelos sacerdotes de todo o mundo. D. Cláudio disse que ao inaugurar a 5° Conferência Episcopal Latino-Americana, em Aparecida no dia 13 de maio, o papa vai indicar caminhos concretos para enfrentar desafios como a perda de fiéis. Conforme as palavras do cardeal, o tema principal da conferência é a nova evangelização do continente. O objetivo, segundo ele, é ir até as pessoas, sobretudo nas grandes periferias urbanas, área onde as seitas mais se expandiram. Esse trabalho deverá ser feito sobretudo pelos leigos. "Os padres sozinhos não tem condições", avalia d. Cláudio. Mudança cultural O cardeal considera como válida a colaboração dos novos movimentos religiosos como os carismáticos. "A diversidade é uma riqueza para a Igreja." A volta do latim nas missas, que deve ser anunciada em breve pelo papa, faz parte desta diversidade, mas não vai tomar o lugar da língua comum, garante d. Cláudio. "O latim nunca mais vai ser a língua de toda a liturgia. Serão sempre as línguas vernáculas." O cardeal brasileiro espera que a Conferência de Aparecida possa "sacudir todos os bispos, não só os brasileiros" e que se concentre nos temas mais importantes: crise de fiéis e ameaça do relativismo. Na visão do religioso, há uma mudança cultural muito grande na América Latina e no Brasil devido à globalização, uma "pós-modernidade" que vem sobretudo da Europa, segundo ele, com reflexos na vida religiosa do povo. "É uma cultura muito individualista e relativista, laicizada e secularizada, onde a religião muitas vezes não é vista como tendo legitimidade para falar e atuar." |
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