11 de outubro, 2006 - 14h38 GMT (11h38 Brasília)
O Japão anunciou uma série de novas sanções contra a Coréia do Norte em função dos testes nucleares realizados no início desta semana.
As medidas do Japão incluem a suspensão de todas as importações norte-coreanas e a proibição da entrada de navios do país em águas japonesas, segundo disse o chefe de gabinete Yasuhisa Shiozaki.
O Japão também apóia a iniciativa americana de pressionar por um conjunto de medidas punitivas por parte da Organização das Nações Unidas.
A decisão japonesa veio depois que a Coréia do Norte anunciou a realização de um segundo teste se os Estados Unidos permanecessem “hostis”.
A série de medidas anunciada por Shiozaki entra em vigor na sexta-feira, após uma reunião formal do gabinete.
As medidas devem praticamente impedir a entrada de norte-coreanos no Japão.
Novas sanções
Em julho, o governo japonês já tinha tomado uma série de medidas contra o regime de Pyongyang, depois da realização dos testes com mísseis.
Depois dos testes de mísseis feitos em julho, a ONU baixou uma resolução proibindo a venda de tecnologia ou materiais que possibilitem a fabricação de mísseis ou armas de destruição em massa.
Outras medidas punitivas estão sendo estudadas pela ONU, como por exemplo, a inspeção de cargas de navios em direção à Coréia do Norte e suspensão de venda de itens de luxo. No entanto, o Japão preferiu se adiantar e adotar medidas de modo unilateral.
O correspondente da BBC em Tóquio, Chris Hogg, afirma que a decisão de banir as importações norte-coreanas é a que deve ser mais sentida pelo país.
Produtos como mariscos e cogumelos proporcionam receitas importantes para a Coréia do Norte no mercado japonês.
O comércio entre dos dois países foi de cerca de US$ 180 milhões no ano passado (aproximadamente R$ 388 milhões), mas esse valor tem caído nos últimos anos, com a piora nas relações entre os dois governos.
Estados Unidos
Em Washington, o presidente americano, George W. Bush, anunciou que Pyongyang sofrerá “sérias repercussões” de seus testes nucleares, considerados por ele uma “ameaça à paz e à estabilidade”.
O presidente também disse que os Estados Unidos apoiarão ainda mais seus aliados diante das ameaças de agressões.
“Em resposta à provocação da Coréia do Norte, aumentaremos a cooperação militar com os nossos aliados, incluindo a cooperação de mísseis para proteger os aliados de agressões, além de ajudar a prevenir que a Coréia do Norte exporte tecnologias nuclear e de mísseis”, afirmou Bush.
O presidente, contudo, salientou que os Estados Unidos não têm a intenção de atacar a Coréia do Norte.