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07 de setembro, 2006 - 09h49 GMT (06h49 Brasília)

'Alckmin perde a compostura' contra Lula, diz jornal

A temperatura da corrida presidencial brasileira se elevou, nota reportagem do jornal argentino Clarín publicada nesta quinta-feira.

"Começou muito fria, com candidatos que pareciam sirs britânicos antes que senhores de um país tropical. Mas nesta semana, a campanha eleitoral no Brasil esquentou", afirma o texto.

Segundo o jornal, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, "perdeu a compostura de homem muito católico e educado", ao "praticamente acusar Lula de corrupto", o que suscitou um pedido de direito de resposta por parte do Partido dos Trabalhadores (PT).

Mas apesar da "briga desesperada por votos que não chegam", Alckmin permanece bem atrás de Lula nas pesquisas, diz o Clarín, e por isso estaria decidido a engrossar ainda mais as acusações. O ex-governador deve questionar a capacidade de governo do atual presidente em um eventual segundo mandato.

"Este é um argumento falacioso", diz a matéria, "já que o seu próprio partido (PSDB) tem dois candidatos à sucessão de Lula daqui a quatro anos: José Serra e Aécio Neves. Ambos serão eleitos governadores e precisarão do governo nacional para uma boa gestão".

Irã

Os meios argentinos circularam com declarações do embaixador dos Estados Unidos na Agência Internacional de Energia Atômica (OIEA), Gregory Schulte.

Em teleconferência com jornais argentinos da sede da OIEA em Viena, Schulte afirmou: "Não acreditamos que o Irã tenha armas nucleares, mas está tentando obtê-las".

O representante americano disse que os Estados Unidos pressionarão por sanções graduais contra o Irã na próxima reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Berlim, mas insistiu que tudo se dará no campo diplomático, e não militar.

Perguntado por que os EUA se opõem a que o Irã desenvolva a bomba atômica, mas "ajudaram ou não impediram que a Coréia do Norte, a Índia e o Paquistão" a obtivessem, Schulte respondeu:

"O Irã é o maior promotor do terrorismo, se opõe ao processo de paz, disse que Israel deve ser apagado do mapa. Imagine um Estado assim em posse de armas nucleares. O último que queremos é uma corrida nuclear na zona."

Bush

O jornal americano The New York Times avalia a notícia de que os EUA mantêm prisioneiros em celas no exterior, e que 14 deles serão transferidos para a base militar de Guantánamo, em Cuba.

Para o diário, a notícia é um "desafio ao Congresso".

"Com eleições em apenas nove semanas, nem democratas furiosos nem republicanos nervosos ousarão recusar-lhe o poder de deter, interrogar e julgar suspeitos como quiser", diz o NYT.

Mas a estratégia é perigosa, avalia o diário, porque fará com que Bush se identifique cada vez mais com um sistema de detenção "cuja história está marcada por amplas acusações de maus-tratos".

Comércio

Em artigo publicado em jornais em todo o mundo, entre eles o Wall Street Journal Asia, o chanceler britânico Gordon Brown pede ao Brasil e aos países em desenvolvimento que melhorem suas ofertas de abertura de mercados industriais e de serviços nas negociações comerciais da Rodada Doha.

Gordon Brown disse que colocará a questão da abertura comercial na pauta do encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Cingapura. Brown chefia o Comitê Monetário e de Finanças da instituição.

O chanceler britânico criticou a "reação protecionista" dos países desenvolvidos, e disse que "o maior dano à globalização, hoje, não são os protestos que marcaram negociações comerciais em anos passados".

"A ferida é auto-impingida, causada por nosso próprio fracasso, como nações mais ricas do mundo, em concordar com a liberalização do comércio."