06 de setembro, 2006 - 08h56 GMT (05h56 Brasília)
Uma reportagem do jornal espanhol El Mundo aborda a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre os devotos do candomblé, e a importância disto para as eleições de outubro.
A celebração de uma homenagem a Oxum, a deusa da água doce, é o pano de fundo para mencionar projetos populares de caráter racial do atual governo, como a proposta de criação de cotas para negros nas universidades públicas e entre os candidatos de partidos políticos.
"Estamos em campanha eleitoral, e os adevisos nas traseiras dos carros parados à porta do terreiro indicam, alto e claro, quem são os candidatos preferidos pelos devotos do candomblé": Lula e uma candidata a deputada federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT), diz a matéria.
O artigo segue as pegadas de outros artigos da imprensa estrangeira que destacam a força de Lula na reta final da disputa eleitoral, relacionando este fato às altas taxas de apoio do presidente na Bahia e em toda a região Nordeste.
O autor chama atenção para o fato de que, apesar da abolição da escravatura no Brasil ter ocorrido há mais de cem anos, negros ainda ganham menos e têm menos representação política que brancos no Brasil.
PCC
Em entrevista ao jornal argentino Clarín, o governador de São Paulo, Cláudio Lembo, confirma que vem trabalhando para intensificar a colaboração entre o Brasil e países vizinhos para combater ações da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Reiterando que “neste momento” não tem indícios da presença do PCC na Argentina, Lembo disse à correspondente do diário na capital paulista que fez o pedido ao Ministério da Justiça e o Itamaraty.
O governador disse já ter tratado do tema ainda com os cônsules dos Estados Unidos, da Argentina e do Uruguai.
Coréia do Norte
Jornais asiáticos deram destaque ao risco de a Coréia do Norte realizar mais testes nucleares caso se sinta encurralada por sanções econômicas por parte da comunidade internacional.
A imprensa da China e da Coréia do Sul acompanha o itinerário de um trem especial do presidente norte-coreano Kim Jong-Il – que não viaja de avião e eventualmente visita apenas a China e a Rússia – estacionado na fronteira chinesa.
Especula-se que Kim Jong-Il planeje uma visita à China, aliado próximo da Coréia do Norte. Em julho, o governo chinês surpreendeu observadores internacionais ao apoiar sanções depois que Pyongyang realizou teste de mísseis na região.
Analistas ouvidos pelo britânico Financial Times alertaram para o perigo de obrigar a Coréia do Norte a retornar à mesa de negociações sem oferecer contrapartidas.
Eles ecoam as palavras do ex-embaixador dos EUA na Coréia do Sul, que em artigo no Washington Post aposta que isto só levaria a novas demonstrações de capacidade nuclear por parte de Pyongyang.
Iraque
Mais de mil iraquianos trocaram de nome nos primeiros sete meses deste ano, relata uma matéria do americano The New York Times.
Em meio à guerra sectária e fratricida, portar nomes identificados com grupos étnicos definidos pode ser fatal, diz a reportagem. Por isso, muitos iraquianos estão mudando sua identidade e abraçando nomes neutros.
“São inúmeras as histórias de civis iraquianos que são obrigados a parar em guaritas e têm sua identidade checada por milicianos, insurgentes ou homens uniformizados”, relata o NYT. “Eles são levados ou executados no local se seus nomes forem suspeitos ou originários de uma cidade dominada pela etnia rival”.
Fisicamente, é impossível distinguir sunitas de xiitas, afirma o jornal.