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Atualizado às: 22 de setembro, 2006 - 19h00 GMT (16h00 Brasília)
 
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Reconhecimento de Israel impede governo único palestino
 

 
 
Haniya e Abbas
Haniya, do Hamas, e Abbas, do Fatah, têm visões opostas
O reconhecimento de Israel continua sendo o item da pauta palestina que impede a formação de um governo de unidade nacional.

Sem essa peça-chave no quebra-cabeças palestino, é difícil ver como a ajuda financeira internacional – da qual a região precisa desesperadamente – será retomada.

Para o Hamas, o reconhecimento de Israel é uma questão de teologia.

A carta régia do Hamas afirma: “O Movimento de Resistência Islâmica acredita que a terra da Palestina é um Waqf (dote) Islâmico consagrado a gerações muçulmanas futuras até o dia do Julgamento Final. Ela, ou qualquer parte dela, não deve ser dissipada; ela, ou qualquer parte dela, não deve ser doada.”

Nas Nações Unidas, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, insistiu que o governo palestino de unidade nacional, que ele está tentando construir e que incluiria o Hamas, reconheceria Israel.

É difícil entender no que Abbas se baseou para fazer essa afirmação. Em poucas horas, uma autoridade do primeiro escalão do Hamas repetiu a oposição firme da organização ao reconhecimento de Israel.

Atraso

Por meses, o Fatah, liderado por Abbas, e o Hamas têm tentado achar uma solução para o problema. Na segunda semana de setembro eles anunciaram um acordo sobre o governo de unidade nacional.

Na ocasião, no entanto, a questão sobre Israel não foi discutida. Está claro que se este item não for solucionado, a ajuda financeira não voltará.

Até agora, o governo não foi formado. Pode haver mais algum tema nos bastidores das negociações?

Destruição em Gaza
Locais como Gaza sofrem sem ajuda financeira internacional

Nesta semana, o quarteto que negocia a questão do Oriente Médio - Estados Unidos, União Européia, Nações Unidas e Rússia – divulgou uma nota que foi interpretada por alguns como uma mudança de postura.

O Hamas acredita que o quarteto está aliviando a pressão sobre o reconhecimento de Israel. O governo israelense, porém, entende que não houve mudanças.

Condições desesperadoras

Parece claro que muitas autoridades na Europa e nas Nações Unidas estão descontentes com o boicote ocidental ao Hamas.

A maior parte dos salários do governo palestino não é paga há meses, privando a economia do país de recursos. As condições são desesperadoras, sobretudo em Gaza.

Então, palavras poderiam acabar com o bloqueio?

Uma forma seria o reconhecimento de Israel por parte do novo governo, mas não pelo Hamas.

Mas, no estágio atual de negociações, o novo governo seria justamente liderado pelo primeiro-ministro Ismail Haniya, do Hamas. Essa alternativa o colocaria em uma posição impossível.

Outra dúvida que surge é: os europeus estariam preparados para doar dinheiro caso o ministério das Finanças não seja controlado pelo Hamas?

É difícil entender como isso poderia ser compatível com a demanda do governo palestino para que reconheça Israel.

Então, o Hamas concordaria com uma redação mais ambígua sobre o tema?

Uma autoridade do Fatah sugeriu que o Hamas possa concordar em aceitar acordos firmados pela Organização pela Liberação da Palestina (OLP) que reconhecem Israel.

Isso evitaria que o Hamas tivesse que fazer o reconhecimento diretamente.

É o tipo de solução que não agrada nem a israelenses, nem a americanos, mas pode ser suficiente para fazer com que europeus retomem os repasses de dinheiro.

No momento, no entanto, tudo parece ser apenas um desejo distante.

 
 
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