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Atualizado às: 31 de agosto, 2006 - 17h28 GMT (14h28 Brasília)
 
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Para arauto da crise de 2002, juro pode cair mais
 

 
 
O economista John Williamson
Williamson aprovou nova queda dos juros, mas acha insuficiente
Quatro anos depois de escrever um artigo que virou o símbolo da crise financeria durante a campanha eleitoral de 2002, o economista britânico John Williamson acha que hoje o problema do Brasil é juro alto e crescimento baixo.

Somente com a redução dos juros, diz ele, o país poderá reduzir a dívida em relação ao PIB e crescer como já cresceu na época do milagre econômico ou como os tigres asiáticos, diz ele.

“Não é uma situação satisfatória”, diz ele, sobre os atuais índices de crescimento.

Embora tenha aprovado a decisão do Copom de reduzir a taxa em 0,5 ponto percentual nesta quarta-feira, ele acha que o patamar ainda é muito elevado.

“Agora existe uma chance real de reduzir as taxas de juros e aí levar o crescimento para um nível mais elevado. Isso ainda não aconteceu. Os juros estão entre os mais altos do mundo”, afirma.

Além da redução dos juros, Williamson diz que, para preparar um crescimento mais elevado, o governo precisa preparar a segunda fase da reforma previdenciária e reduzir os gastos públicos.

Ele defende também reformas na legislação tributária e simplificação burocrática para abertura de empresas, principalmente em nível estadual.

Com o mercado convencido do compromisso do governo com os credores, o temor de uma fuga de investidores com a redução dos juros não é justificada, diz ele.

“Na verdade, seria até bom se alguns deles fossem embora, porque a taxa de câmbio está muito forte”, afirmou.

Williamson diz que, embora estas mudanças não dependam diretamente do governo federal, o presidente poderia usar sua liderança para que as mudanças fossem acordadas entre os Estados.

Temor

Pesquisador do prestigiado Instituto de Economia Internacional (IEI), em Washington, que em 1989 cunhou a expressão Consenso de Washington, Williamson escreveu um artigo, intitulado “O Brasil é o Próximo?”, sobre a possibilidade de o país declarar uma moratória na dívida externa.

Ele argumentava que existia uma chance de isso acontecer, e que isso dependia basicamente de os investidores continuarem apostando no cenário pessimista, que levou o dólar a quase R$ 4 quando ficou claro que o presidente Lula poderia vencer as eleições.

O economista classificou o comportamento dos investidores de “pânico”.

No dia oito de agosto daquele ano, o Fundo Monetário Internacional aprovou um pacote de ajuda de US$ 30 bilhões ao Brasil, o maior da história da instituição, que serviu como um aval para os investidores internacionais.

“Naquele momento, o acordo com o Fundo foi fundamental para acalmar o mercado”, afirma.

Agora, a percepção é muito diferente. “Não se fala mais em crise. O Brasil deixou de ser assunto”, afirma.

Williamson continua acompanhando a política e a economia brasileiras, como faz desde que foi professor na PUC do Rio, nos anos 70, mas diz que o país não faz mais parte das discussões em Washington.

O economista diz que ele próprio não se surpreendeu com o conservadorismo econômico do primeiro governo de esquerda do Brasil, que praticamente a política macroeconômica do governo Fernando Henrique Cardoso.

Ele conta que, depois de uma conversa com José Dirceu em Washington, ainda em junho de 2002, já ficou convencido de que, se eleito, Lula se comportaria “mais como um social democrata do que como um esquerdista radical”.

Agora, ele dá como certa a reeleição do presidente Lula e vê o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, como “mais à direita” do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

 
 
Antonio PalocciEconomia
Crescimento maior depende de reformas, dizem ex-ministros
 
 
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