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Atualizado às: 14 de agosto, 2006 - 22h47 GMT (19h47 Brasília)
 
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Hezbollah pondera passo posterior ao cessar-fogo
 

 
 
O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah
O Hezbollah, e seu líder Hassan Nasrallah, podem exigir concessões de Israel antes de depor as armas
Como parte do governo do Líbano, o movimento militante muçulmano xiita Hezbollah está formalmente comprometido em deixar de ser uma presença militar no sul do Líbano.

As várias resoluções da ONU sobre o assunto não deixam dúvidas - o Hezbollah deve entregar o controle do sul do país, permitindo que as forças do governo e as tropas de paz da ONU tenham o controle das fronteiras ao norte de Israel.

Mas o que as resoluções 1559, 1655, 1680 e o último texto que define o cessar-fogo, a Resolução 1701, não determinou é como isto vai acontecer.

O Hezbollah é uma das forças militares mais importantes do Líbano, conseguindo parte considerável de seu apoio junto à população muçulmana xiita vivendo no território.

Em 2000 seus guerrilheiros levaram o crédito por terem forçado o Exército israelense a encerrar uma ocupação sangrenta de 18 anos no sul do Líbano.

Mais uma vez, em 2006, o Hezbollah lutou até conseguir paralisar a potência militar da região.

'Direito de resistir'

Nos últimos seis anos, a generosidade do Hezbollah em relação à grande população cristã no sul do país, incluindo muitos que são vistos como colaboradores de Israel, aumentou o apoio ao grupo assim como os últimos confrontos, que muitos libaneses vêem como resistência armada.

Nas mentes de muitos simpatizantes o Hezbollah tem o direito natural de monopólio sobre a terra que liberou e cuja proteção continua a garantir sem assistência.

Mas muitos outros libaneses estão insatisfeitos devido à morte e à destruição causadas pelo desafio do Hezbollah a Israel.

A questão é saber como o Hezbollah e seu carismático líder Hassan Nasrallah pretendem dar continuidade ao processo agora.

Por um lado o Hezbollah se comprometeu com o desarmamento e a retirada da região de fronteira. Mas o grupo também alega o direito de resistir à presença de Israel no sul do país.

Devido à força militar do Hezbollah não haverá desarmamento sem um acordo político nacional no Líbano.

Para tal acordo o Hezbollah poderá exigir mais concessões de Israel, como a libertação de mais prisioneiros e a entrega das fazendas de Shebaa, uma área exigida pelo Líbano mas que Israel (com o apoio da ONU) afirma ser parte das Colinas do Golã, tomadas da Síria em 1967 e anexadas por Israel.

E o Hezbollah ainda mantém os dois soldados israelenses capturados no dia 12 de julho. Israel afirmou que, com os ataques ao Líbano, estava tentando assegurar a libertação dos dois militares.

Posição de força

Os sinais iniciais em Beirute não indicam um futuro sem problemas. Os ministros de governo do Hezbollah ameaçaram boicotar uma reunião do gabinete no domingo convocada para discutir o cessar-fogo, o que levou ao seu adiamento.

Eles estão em uma posição de força, pois, do ponto de vista do braço armado da Resistência Islâmica, o Hezbollah conseguiu uma grande vitória contra o Exército de Israel.

Em sua filosofia, baseada no martírio, a vitória é a própria luta, a vitória é conseguir sobreviver a quatro semanas de combate direto contra o Exército israelense, muito superior.

E Israel - com forte apoio do governo dos Estados Unidos (e, de certa forma, do governo britânico) - está decidido a não permitir que o Hezbollah tenha o tipo de proeminência que conseguiu nos últimos anos.

No momento, Israel afirma que vai continuar com seu bloqueio aéreo e marítimo ao Líbano para evitar o fornecimento de suprimentos ao Hezbollah.

Tudo isso significa que vai existir combustível para mais conflitos, com as resoluções da ONU fazendo pouca diferença.

Nas últimas horas antes do cessar-fogo, militantes do Hezbollah ainda estavam matando soldados israelenses em seus tanques e disparando foguetes Katyusha contra o norte de Israel, causando morte e destruição.

Ainda não se sabe o quanto da capacidade de guerrilha e mísseis do Hezbollah foi atingida pelos bombardeios e ofensiva terrestre de Israel, mas isto será o foco de um exame detalhado nas próximas semanas e meses.

 
 
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