Andrea Wellbaum enviada especial a Argel, Argélia

	Presidente diz que prefereria um mandato único de cinco anos

“Tenho uma tese: não gostaria que houvesse reeleição, mas existe", afirmou. "Vamos esperar. O Presidente da República não tem pressa de eleição. O Presidente da República tem que governar até o dia 31 de dezembro de 2006."

Embora ainda não tenha se declarado oficialmente candidato à reeleição nas eleições presidenciais de outubro, Lula é acusado por críticos e opositores de já praticar uma agenda de candidato, com inaugurações de obras e anúncios de verbas com fins eleitoreiros.

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"Tenho muito coisa para fazer. Tenho dito sempre o seguinte: nós plantamos muita coisa e estamos colhendo as coisas que plantamos, estou confiante, tranqüilo”, afirmou.

“O Brasil tem forte possibilidade de crescimento econômico. Nós poderemos ter um crescimento extraordinário na geração de empregos, na distribuição de renda, os dados estão aí para todo mundo ver.”

“Não posso permitir que o nervosismo eleitoral faça com que o presidente da República tire a cabeça do principal, que é a economia brasileira, o povo brasileiro, e o desenvolvimento do Brasil.”

Café com adoçante

Em uma conversa informal com os jornalistas que o acompanham na viagem à África, o presidente disse que defende os cinco anos de mandato porque, no primeiro ano, ele ainda está cumprindo o Orçamento do antecessor; no segundo e no quarto, as eleições municipais e a reeleição atrapalham, e apenas o terceiro está livre dessas influências.

Lula falou com a imprensa durante um café da manhã na residência oficial do governo argelino, durante o qual tomou apenas café puro com adoçante, sem comer nada.

Indagado sobre a dieta – o presidente deixou de ingerir carboidratos e, segundo assessor, não toma bebidas alcoólicas há mais de 40 dias –, Lula disse estar muito animado, com um corpo que nunca teve antes, apesar de dizer não saber quanto está pesando.

Nesta quinta-feira, o presidente participa da inauguração no Palácio do Povo em Argel de uma exposição de fotografia chamada Anrik, sobre a presença árabe na América Latina – que já passou pelo Brasil.

À tarde, o presidente e sua comitiva de ministros partem para o Benin.