|
Comissário pede debate sobre papel da polícia britânica | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
A mais elevada autoridade policial da Grã-Bretanha, o comissário Ian Blair, pediu nesta quarta-feira que seja feito no país um debate “compassivo” e “razoável” sobre a missão da polícia depois dos atentados de julho em Londres, que deixaram 52 mortos. Blair disse que o país continua sendo um alvo prioritário de ataques extremistas e que é necessário discutir como os policiais devem agir para impedir esse tipo de ação. “O terrorismo mudou seus métodos”, disse o chefe da polícia. “Ou ainda, trouxe pela primeira vez para a Grã-Bretanha alguns métodos que já existiam.” “A Grã-Bretanha continua sendo a prioridade mais alta possível para a Al-Qaeda e suas afiliadas; estamos em uma nova realidade.” Grupos de defesa dos direitos humanos criticaram duramente a polícia de Londres e Blair pela ação que resultou na morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, em julho, depois que ele foi confundido com um homem-bomba. Silêncio Ian Blair destacou as diferentes reações a operações recentes da polícia britânica. "Nos falaram que a polícia precisava fazer isto ou era ineficiente fazendo aquilo. As pessoas nos elogiaram, por exemplo, no dia 7 de julho (quando ocorreram atentados em Londres) (...)", disse. "(E) nós fomos duramente criticados depois da morte de Jean Charles de Menezes", completou. O chefe da polícia de Londres disse ainda que as novas ameaças extremistas estão coincidindo com mudanças na sociedade britânica e um aumento nos comportamentos anti-sociais, o que “está ameaçando a nossa habilidade de viver livremente”. Ian Blair expressou sua “frustração” pelo que chamou de “silêncio” da opinião pública do país a respeito do que espera da polícia britânica. "O silêncio não pode continuar. Os cidadãos britânicos agora precisam opinar sobre qual tipo de serviço policial querem. Por esta razão: depois das atrocidades em Nova York, Madri e Londres, depois de Bali, Casablanca, Istambul, Délhi e Jordânia, os temores quanto à vida pessoal e na comunidade são parte intrínseca da vida atual." O comissário não fez comentários sobre a denúncia, feita pelo jornal The Daily Telegraph, de que a polícia usou balas de ponta oca, as chamadas balas "dum dum", na operação que levou à morte Jean Charles de Menezes. Estas foram a primeiras declarações públicas de Blair desde que o Parlamento britânico rejeitou uma lei de combate ao terrorismo proposta pelo primeiro-ministro Tony Blair. |
NOTÍCIAS RELACIONADAS Família de Jean sabia de uso de bala 'dum dum'16 novembro, 2005 | BBC Report Caso Jean: Relatório anglicano endossa política de 'atirar para matar'15 novembro, 2005 | BBC Report Polícia de Londres defende política de 'atirar para matar'27 de outubro, 2005 | Notícias Caso Jean Charles: chefe da polícia admite deixar cargo, diz jornal16 outubro, 2005 | BBC Report | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
| ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||