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Bush indica juiz para Suprema Corte | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O presidente George W. Bush nomeou nesta terça-feira o juiz John Roberts, de 50 anos, para a Suprema Corte de justiça americana, um cargo vitalício. Ele é juiz do Tribunal de Apelações de Washington desde 2003, indicado pelo presidente Bush. Bush apresentou Roberts como um juiz que vai aplicar estritamente a lei e a Constituição. Roberts, se for confirmado pelo Senado, vai substituir a juíza Sandra O'Connor, que anunciou sua aposentadoria no início do mês e abriu a primeira vaga na Suprema Corte em quase 11 anos. Ela teve uma atuação importante no tribunal, formado por nove juízes, porque, apesar de conservadora, não era considerada radical e em muitos casos deu o voto decisivo contra ou a favor de uma decisão. A Suprema Corte tem o poder de mudar decisões de tribunais de instâncias inferiores e de alterar decisões anteriores do próprio tribunal. Foi a Suprema Corte, por exemplo, que decidiu em favor de Bush na eleição presidencial de 2000. Polêmica O caso mais polêmico da Suprema Corte é o que legalizou o aborto nos Estados Unidos, a partir da decisão do caso Roe Vs. Wade, em 1973. A última decisão sobre o assunto manteve a legalidade por seis votos contra três. A juíza Sandra O'Connor, apesar de conservadora, votou a favor. Roberts é rotulado como conservador por boa parte da imprensa americana, mas suas posições em relação a temas como aborto ainda permanecem um mistério. Como subprocurador-geral da República, ele escreveu num memorando que a Suprema Corte deveria reverter a decisão sobre o aborto. Mas alguns analistas dizem que ele não estava emitindo a própria opinião, mas a do governo para o qual trabalhava. Senadores democratas devem pressionar Roberts sobre sua posição sobre o assunto durante a sabatina, que ainda não tem data marcada. Mas, por enquanto, a reação dos democratas e de grupos liberais foi contida, sem a reação imediata de grupos contrários à nomeação que se previa no caso de o presidente nomear um juiz considerado muito conservador. O senador Harry Reid, líder democrata, disse que não vai prejulgar a indicação antes de saber mais sobre Roberts. "O presidente escolheu uma pessoa com as credenciais legais adequadas, mas isso não significa o fim da nossa investigação", afirmou Reid. "O Senado deve verificar o histórico do juiz Roberts para decidir se ele demonstrou um compromisso com os valores americanos básicos de liberdade, igualdade e justiça", afirmou. Bush disse que conversou com vários senadores dos dois partidos antes de se decidir pela indicação e os líderes republicano e democrata compartilham do desejo dele de um processo de confirmação digno. Ele disse esperar o voto antes do fim das férias da Suprema Corte, no início de outubro. “Será um debate saudável”, disse León Rodríguez, da Aliança por Justiça, um grupo que promete fazer campanha contra a confirmação de um juiz conservador radical recebeu a indicação com cautela. Analistas dizem que é difícil determinar a posição de Roberts porque ele tem poucas opiniões escritas sobre temas polêmicos do sistema jurídico americano. Anúncio O presidente fez o anúncio num discurso transmitido ao vivo pelos principais canais de televisão americanos às 21 horas no horário local, mas o nome de Roberts foi divulgado pouco mais de uma hora antes do anúncio oficial. "Me encontrei pessoalmente com vários potenciais candidatos e fiquei profundamente impressionado no encontro com o juiz Roberts", disse Bush. "Ele tem as qualidades que os americanos esperam de um juiz: experiência, sabedoria, justiça e civilidade. Ele tem profundo respeito pela lei e pelas liberdades garantidas a cada cidadão", afirmou o presidente no discurso de apresentação. "Servir na Suprema Corte é uma honra que eu aceito com humildade", afirmou Roberts, ao lado do presidente. Ele disse que antes de ser juiz atuou como advogado na Suprema Corte em muitos casos e tem profundo respeito pela casa. "Estou muito agradecido pela confiança que o presidente mostrou em me nomear e espero pelo próximo passo, no Senado", afirmou. Roberts nasceu em 1955, em Buffalo, no Estado de Nova York, e se formou em Harvard em 1976 e trabalhou como assistente do presidente da Suprema Corte, Robert Renquist, entre 1981 e 1982. Ele trabalhou no Departamento de Justiça no governo do presidente Bush pai. |
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