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'Não' francês prenuncia 'futuro turbulento', diz El País | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O resultado do referendo francês sobre a Constituição Européia foi destaque em jornais do mundo inteiro. Na Espanha, o primeiro país a aprovar a Constituição por referendo, a manchete do El País expressa desgosto com o resultado, apesar do alto comparecimento às urnas. "Um dos países fundadores... decidiu pôr freios ao que tem sido até agora um sucesso sem precedentes na história das relações internacionais e na construção de um continente pacífico e próspero", diz o jornal. O El País reconhece que o resultado reflete a insatisfação com os líderes políticos franceses, o alargamento da União Européia e a possibilidade de ter a Turquia como membro do bloco e afirma que o "não" é o prenúncio de um futuro turbulento. "Mesmo se Luxemburgo, atualmente na Presidência rotativa da UE, decidir seguir o calendário para a ratificação, está claro que não podemos ir adiante sem a França", afirma o El País. Na França, a manchete do Le Figaro diz "Histórico 'não' à União Européia", e o Libération descreve a votação como uma "obra-prima do masoquismo", imposta a eles mesmos pelos eleitores que temem os efeitos da globalização. Britânicos Na Grã-Bretanha, o "não" é a grande manchete do jornal The Independent. Segundo o jornal, a rejeição francesa à constituição do bloco levou a União Européia a uma das piores crises de sua história. "O 'não' francês provavelmente vai encorajar um 'não' na Holanda, nesta quarta-feira", diz o jornal. Para o Independent, a rejeição de um grande membro fundador vai matar a Constituição. "Na pior das hipóteses, políticos pró-Europa temem que o 'não' francês... possa destruir as ambições da Europa de falar com uma única voz política", publicou o jornal. Também na Grã-Bretanha, o diário Financial Times disse que a rejeição à Constituição européia na França pode adiar - ou suspender - os planos do governo britânico de realizar um referendo nos memsmos moldes. "Tony Blair vai expressar sua decepção com o resultado e vai discutir o assunto com outros líderes europeus antes de decidir como agir", diz o jornal. Ainda segundo o Financial Times, a Grã-Bretanha provavelmente vai usar o resultado - em particular se o "não" também vencer na Holanda, na quarta-feira - para defender com ainda maior vigor as reformas econômicas no bloco. Brasil x EUA Nos Estados Unidos, a relação entre Brasil e Estados Unidos é destaque do jornal Los Angeles Times. Sob o título "Um Brasil que pode dizer não", o diário afirma que já era hora de o governo americano pensar em ter uma relação estratégica com o Brasil, como foi anunciado pela secretária de Estado Condoleezza Rice. "O México, pela proximidade, tamanho e história continuará a ser a prioridade nº 1 dos EUA na América Latina, mas o Brasil merece a posição de nº 2", estampou o Los Angeles Times. O Los Angeles Times também comenta a mal vista amizade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente cubano, Fidel Castro e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "Se Lula quer ser visto como um líder hemisférico responsável, deveria se distanciar dos abusos aos direitos humanos cometidos por Castro e das táticas antidemocráticas de Chávez", diz o jornal. O Los Angeles Times também defende que os Estados Unidos encorajem a liderança regional do Brasil, como parte desta relação especial. |
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