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Análise: Sem eleições há 50 anos, iraquianos podem seguir seita ou tribo | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Por quase 50 anos, o Iraque não viu uma eleição partidária. O golpe militar de 1958 pôs um fim a um curto período de pluralismo na história moderna do país. Décadas de dominação de um único partido, o Baath, se seguiram. Menos de dois anos depois da invasão americana, mais de cem grupos políticos surgiram, e eles agora disputam o voto iraquiano deste domingo. Violência à parte, o maior problema para os eleitores será decidir em que votar entre uma série de partidos e candidatos, a maioria dos quais são entidades políticas desconhecidas da população. Exílio À exceção das áreas curdas no norte, onde há lideranças bem estabelecidas, a maioria dos candidatos no centro e no sul do Iraque viveu no exílio durante anos. O caso se aplica tanto a políticos sunitas como xiitas. A violência constante tornou campanhas de rua praticamente impossíveis. A televisão transmite lemas muito genéricos e vagos, como, por exemplo, "Por um Iraque Forte e Livre". O sistema de listas usado na votação também é confuso para muitos que cresceram numa cultura baseada na política de personalidades. O medo de atentados levou candidatos a esconder os seus nomes, dificultando ainda mais as chances de uma escolha informada. Depois de décadas de despotismo, a ausência de partidos bem estabelecidos pode estimular os iraquianos a votar de acordo com as suas seitas ou religiões de origem. Afinal, a tribo e a seita podem se revelar no momento entidades mais confiáveis do que organizações políticas novas e pouco conhecidas. |
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