20 de outubro, 2004 - 13h06 GMT (10h06 Brasília)
O número de robôs novos comprados pela indústria brasileira vem caindo desde 2000, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira pela ONU.
Em 2000, a indústria brasileira adquiriu 700 máquinas. Essa quantidade caiu para 280 em 2002 e para 230, no ano passado.
O investimento lento no Brasil contrasta com o aumento registrado mundialmente. No ano passado, o investimento global aumentou em 19%.
O autor do estudo, Jan Karlsson, da Comissão Econômica da ONU para a Europa (Unece), afirma, no entanto, que a análise deve ser realizada a partir de períodos maiores e da comparação com dados anteriores.
"Nos anos 80 e 90, por exemplo, o número de máquinas adquiridas ficava em torno de 100, 150. Agora, fica com certeza na casa dos 200, no mínimo", afirma.
Karlsson também diz que a queda registrada desde 2000 pode ser atribuída ao fato de que as indústrias fazem um investimento inicial grande e depois reduzem o ritmo desse investimento.
Aumento global
Mas os números registrados no Brasil contrastam com os verificados em outras regiões. Na América do Norte, o aumento no setor foi de 28%.
No Japão, que continua a ter a economia mais robotizada do mundo, com cerca de metade dos atuais 800 mil robôs existentes, o crescimento foi de 25%.
Na União Européia, o aumento foi mais modesto, de 4%. Mas segundo o estudo, isso se deve ao fato de que a região apresentou dígitos duplos de crescimento de mercado desde 1994, com exceção de 1997 e 2001-2002.
A ONU prevê ainda que o investimento no setor deve continuar a crescer. A previsão é de que haja um aumento anual de quase 7% até 2007.
Essa aumento nos investimentos pode ser explicado por avanços em tecnologia, aumento no custo da mão-de-obra e, principalmente, na queda dos preços do produto. No ano passado, um robô custou um quarto do preço registrado em 1990.
Em casa
O uso de robôs domésticos também tem aumentado, segundo o relatório da ONU. No fim de 2003, cerca de 600 mil máquinas estavam em uso mundialmente – dois terços deles comprados em 2003.
A previsão para o período 2004-2007 é de que mais de 4 milhões de unidades devem ser adicionadas a esse total.
A maior parte dos robôs atualmente em uso é de cortadores de grama e aspiradores de pó. Mas o estudo afirma que, no futuro, os robôs estarão realizando todo tipo de atividade.
"Eles estarão não apenas limpando o nosso chão, cortando a nossa grama ou guardando a nossa casa, mas também estarão ajudando pessoas idosas e portadores de deficiência física, realizando cirurgias e inspecionando locais perigosos para o homem", diz o relatório.
O termo robô é usdo para definir qualquer máquina que opere automaticamente, sem a necessidade de controle pelo ser humano e quase sempre substituindo o trabalho do homem.