Roberto Belo Rovella

Crianças brincam com um robô no Museu da Ciência, em Londres

Usando jogos como escravos de Jó, uma equipe da Universidade de Hertfordshire está descobrindo como futuros robôs de companhia reagiriam em situações sociais.

As conclusões do estudo vão ajudar seres humanos a desenvolver um código de conduta social em interações com robôs.

O trabalho sobre a "robotiqueta" é parte de um projeto de robótica e foi mostrado no Museu de Ciência de Londres.

Imitação

A pesquisa está sendo feita com um robô que já está em operação, explicou a cientista Kerstin Dautenhahn, que chefiou o projeto em Hertfordshire.

"Nossa missão é ver como esse robô deveria ser programado para respeitar o espaço dos seres humanos", explicou.

A pesquisa também se debruça na percepção que seres humanos têm de robôs, incluindo a aparência que eles devem ter, e como um robô pode aprender novas habilidades imitando uma pessoa.

"Sem esse tipo de estudo, poderiam ser construídos robôs que não respeitariam o fato de que seres humanos são indivíduos, têm preferências e origens diferentes", disse Dautenhahn à BBC.

"E eu quero que os robôs tratem os seres humanos como seres humanos, não como outros robôs", acrescentou.

Em muitas situações, os robôs de companhia vão ter que lidar não só com uma pessoa, mas com um grupo.

Para descobrir como eles reagem, a equipe os ensinou a jogar escravos de Jó, usando os braços para apontar e uma câmera como olho.

O robô que se exibiu no Museu de Ciência também usou a fala para dar instruções e cantar uma música que acompanhou a brincadeira.

Mas, segundo os pesquisadores, ainda vão se passar muitos anos antes que se possa construir um robô que possa usar a "robotiqueta" para interagir com seres humanos.

"Se você pensar num robô como uma companhia, pode imaginar que isso vá acontecer daqui a 20 anos", disse Dautenhahn.