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Atualizado às: 07 de outubro, 2004 - 03h03 GMT (00h03 Brasília)
 
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Relatório mostra 'intenção' hostil de Saddam, diz Blair
 
Saddam Hussein
Premiê britânico não mostrou arrependimento com invasão do Iraque
O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, disse que espera que a divulgação do relatório do inspetor-chefe de armas americano sobre a busca de armas de destruição em massa no Iraque deixe claro que Saddam Hussein “tinha toda a intenção” de desenvolver essas armas.

O relatório preparado pelo inspetor Charles Duelfer, divulgado nesta quarta-feira, diz que o Iraque não possuía armas de destruição em massa quando foi invadido, em março de 2003. A existência de tais armas foi a principal razão dada pelos Estados Unidos e seus aliados para lançar a ofensiva contra o país.

“Ele (Saddam Hussein) nunca teve nenhuma intenção de realmente colaborar com as resoluções da ONU”, disse Blair.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, não comentou diretamente o documento, mas disse em um evento na cidade americana de Filadélfia que Saddam Hussein era uma ameaça, e que isso justificava uma ação contra ele.

“Nós sabíamos que ele tinha um histórico de usar armas de destruição em massa”, disse Bush. “Havia um risco – um risco real – de que Saddam Hussein fosse passar armas ou materiais ou informações a redes terroristas. Esse era um risco que nós não podíamos nos dar ao luxo de enfrentar.”

Blix 'vindicado'

Hans Blix – que dirigia os inspetores de armas da ONU no Iraque antes da invasão do país, e deixou o Iraque sem encontrar as armas - disse à BBC que se sentiu "vindicado" pelo novo documento.

“Eu acho que (os Estados Unidos e a Grã-Bretanha) gradualmente, passo a passo, voltaram atrás nas afirmações que apresentaram no início (em relação ao Iraque)”, disse.

Blix não chegou a dizer que Bush e Blair enganaram o povo de seus países, mas ressaltou que a decisão de invadir um país, como o Iraque, deve ser refletida com cuidado.

“Eu não estudou dizendo que eles fizeram isso querendo (invadir o Iraque mesmo sem ter justificativas claras para fazê-lo). (...) Eu não sei se eu concordaria com David Kay (o ex-chefe dos inspetores de armas dos Estados Unidos no Iraque), que disse que foi tudo uma falha de inteligência.”

“A responsabilidade, eu acho, é igualmente dividida no nível executivo. Eles (Blair e Bush) estavam desesperados para serem capazes de dizer que havia armas de destruição em massa, e a inteligência os ajudou”, concluiu.

Sem surpresas

Por sua vez, David Kay, que decidiu abandonar a missão de buscar as armas no Iraque em janeiro, após ficar convencido que elas não existiam, disse que não ficou surpreso com o conteúdo do relatório.

“A única surpresa, do meu ponto de vista, é que não houve surpresas”, disse. “Eu acho que ele mostra que tanto o governo Bush quanto o governo Blair, e vários governos do ocidente que tiveram as mesmas conclusões, estavam simplesmente errados sobre a situação no Iraque em relação a estoques de armas.”

“Havia armas de destruição em massa (no Iraque) na época da guerra? – a resposta é não. Saddam tinha a intenção de tê-las? – a resposta é sim.”

“Que capacidade ele tinha (de desenvolver as armas?) – você precisa juntas as intenções com a capacidade, particularmente no caso de Saddam: ele tinha o sonho de se tornar um Saladino e liderar o Oriente Médio, mas não tinha a capacidade. Nisso, o relatório não é muito claro”, completou.

 
 
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