03 de abril, 2007 - 16h25 GMT (13h25 Brasília)
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, disse que os próximos dois dias serão "críticos" nas negociações sobre a libertação dos 15 militares capturados pelo Irã no dia 23 de março.
Tony Blair disse não estar "procurando confronto" e que "o mais importante é conseguir que os marinheiros voltem em segurança".
Para ele, desde o começo das conversas, a Grã-Bretanha tem tentado fazer com que o Irã entenda que a "pressão está presente", mas também que a "porta está aberta" para a diplomacia.
O premiê acrescentou, no entanto, que se "a negociação calma e pacífica" não funcionar, a Grã-Bretanha terá que "tomar medidas cada vez mais duras".
'Conversas diplomáticas'
As autoridades de Teerã dizem que os militares invadiram águas territoriais iranianas sem permissão e vêm exigindo um pedido de desculpas por parte do governo britânico.
A Grã-Bretanha, por sua vez, diz que os militares, tripulantes do navio HMS Cornwall, estavam em águas iraquianas e se negam a pedir perdão.
Tony Blair disse ter lido o texto do discurso feito mais cedo, nesta terça-feira, pelo negociador iraniano de assuntos nucleares e chefe do Conselho Nacional de Segurança Nacional, Ali Larijani.
Segundo Blair, a fala de Larijani "parece oferecer perspectivas". Em seu discurso, Larijani disse que "o governo britânico iniciou conversas diplomáticas com o Ministério do Exterior iraniano".
"Elas estão apenas no começo. Se continuarem neste caminho, elas podem mudar a situação de forma lógica... de maneira com que o assunto seja resolvido", afirmou o negociador iraniano.
Depois das declarações de Tony Blair, foi divulgada uma nova fotografia de alguns integrantes da tripulação, incluindo a única mulher do grupo, a marinheira Faye Turney, vestindo roupas informais pela primeira vez.
Na segunda-feira, o Irã afirmou que todos os quinze militares britânicos haviam sido filmados admitindo estar em águas territoriais iranianas no momento em que foram capturados pela Guarda Revolucionária do país.