14 de fevereiro, 2007 - 16h22 GMT (14h22 Brasília)
O Parlamento Europeu aprovou nesta quarta-feira um relatório que condena Estados membros da União Européia por serem coniventes com vôos secretos organizados pela CIA (agência de inteligência americana) no espaço aéreo do bloco.
O documento, resultado de um ano de investigação, diz que os Estados Unidos operaram na região 1,2 mil vôos em que suspeitos de práticas extremistas teriam sido levados a prisões em países onde, supostamente, poderiam ser vítimas de tortura.
Grã-Bretanha, Alemanha e Itália são alguns dos países que, segundo o relatório, teriam permitido a passagem dos vôos em que suspeitos teriam sido transportados ilegalmente.
O texto diz que é improvável que os governos dos países europeus que foram coniventes com os vôos não tivesse conhecimento deles – como argumenta, por exemplo, o governo britânico.
'Anti-Estados Unidos'
O documento aprovado pelo Parlamento Europeu:
"Precisamos ficar de olho para que o que o que ocorreu nos últimos cinco anos não aconteça de novo", disse o deputado europeu Giovanni Fava, que preparou o documento.
Embora as conclusões do relatório não tenham qualquer efeito vinculante nos países membros da União Européia, Fava diz que o documento ajuda a desvendar fatos importantes e deve acelerar investigações sobre o assunto que já estão sendo realizadas em alguns países.
No entanto, membros de centro-direita do Parlamento Europeu criticaram o documento, dizendo que o relatório foi motivado por um sentimento anti-americano e que duplicou o número de consultas ao Conselho da Europa – o órgão de Direitos Humanos da União Européia.
A Polônia – um aliado fiel dos Estados Unidos no Iraque – é um dos países mais criticados no documento, que, no entanto, não chega a denunciar a presença de prisões secretas no país.