19 de janeiro, 2007 - 17h18 GMT (15h18 Brasília)
Um casal israelense ganhou na Justiça o direito de usar espermatozóides de seu filho, morto em 2002, para inseminar uma mulher que ele não conheceu.
O soldado morto, Keivan Cohen, foi morto na Faixa de Gaza em 2002. Os pais do soldado extraíram os espermatozóides dele após a sua morte, mesmo que ele não tenha deixado um testamento pedindo que isso fosse feito.
A família Cohen, que disse que Keivan vinha há muito tempo expressando o desejo de ter filhos, entrou na Justiça depois que o hospital se recusou a liberar os espermatozóides do soldado, que estavam sob sua responsabilidade.
O casal Cohen procurou voluntárias que quisessem ser inseminadas com os espermatozóides para ter um filho e escolheu uma mulher de 25 anos.
Em entrevista a um canal de TV israelense, a mãe de Keivan Cohen, Rachel, disse que mais de 200 mulheres se ofereceram para ajudar, informa a agência de notícias France Presse.
Batalha judicial
Durante o caso, que ficou por mais de quatro anos nos tribunais, o advogado da família apresentou testemunhas que atestaram que Keivan, que era solteiro, queria ser pai.
O advogado do casal, Irit Rosenblum, disse à BBC que a decisão do caso será um avanço para a jurisprudência acerca de direitos familiares.
Rosenblum disse que a determinação da Justiça israelense deve significar que linhagens familiares podem sobreviver mesmo sem o prévio consentimento do homem falecido em questão.
“O drama é internacional. A humanidade pode continuar a viver mesmo após a morte de um homem, e sua família pode cuidar de uma nova geração ainda que ele já não esteja mais aqui”, disse o advogado.
“É um grande ganho, ainda que tenha levado tanto tempo”, disse.
“É um sonho que se torna realidade. Se por um lado os Cohen perderam um filho, por outro eles ganharam alguma esperança”, afirmou Rosenblum.