15 de dezembro, 2006 - 13h36 GMT (11h36 Brasília)
Dez congressistas americanos a favor do alívio do embargo econômico a Cuba viajam para a ilha nesta sexta-feira em uma missão para avaliar a situação criada pelo afastamento do presidente Fidel Castro.
Os parlamentares, que formam a maior delegação dos Estados Unidos a visitar a ilha desde 1959, pediram um encontro com o presidente cubano em exercício, Raúl Castro, mas não a reunião não está confirmada.
Raúl Castro - que assumiu o cargo do irmão Fidel, em julho - recentemente falou sobre seu interesse em melhorar as relações com os Estados Unidos.
A transferência de poder foi feita em julho depois que Fidel foi submetido a uma cirurgia intestinal.
Os Estados Unidos romperam relações oficiais com Cuba depois que Fidel assumiu o poder em 1959 e estabeleceu o embargo econômico contra a ilha em 1960.
Direitos humanos
A delegação americana, que inclui parlamentares dos partidos Republicano e Democrata, vai passar três dias em Cuba, para que se reunir com várias autoridades do país.
A visita foi criticada por alguns oponentes do regime de Fidel, incluindo exilados cubanos em Miami, que afirmam que os interesses econômicos não podem ser colocados à frente dos direitos humanos em Cuba.
O presidente em exercício, Raúl Castro, deu várias indicações de que estaria aberto a uma retomada das relações.
Há alguns dias ele usou um discurso em um desfile militar, realizado para marcar o aniversário de Fidel, para atacar os Estados Unidos mas também para renovar uma oferta de iniciar negociações em Washington.
Fidel Castro não compareceu ao desfile e não é visto em público desde 26 de julho.
Sua última aparição na televisão cubana, em que parecia frágil e usando pijamas ao invés de sua marca registrada, a farda, foi transmitida no final de outubro.
O diretor do Serviço Nacional de Informação dos Estados Unidos, John Negroponte, disse ao jornal Washington Post que o presidente cubano está muito doente e que estaria próximo da morte.
"Tudo o que vemos indica que não será por muito tempo... meses e não anos", disse.
Pesquisa
Uma pesquisa realizada nas duas maiores cidades de Cuba, divulgada pelo instituto Gallup na quinta-feira, sugere que apenas uma em quatro pessoas está satisfeita com a liberdade para escolher o que fazer com as próprias vidas.
A pesquisa, que ouviu 600 cubanos em Havana e 400 em Santiago de Cuba, também revelou divisões a respeito da opinião sobre a atuação dos governantes de Cuba, com pouco menos da metade aprovando e 40% desaprovando.
Na quarta-feira o subsecretário de Estado, Tom Shannon, o mais importante diplomata para a América latina, criticou a suposta perseguição mais severa a dissidentes desde que Raúl Castro assumiu o poder.
O jornal do Partido Comunista cubano, o Granma, respondeu com um editorial de capa prometendo desafiar os esforços dos Estados Unidos para levar uma mudança política e econômica à ilha.