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Atualizado às: 14 de agosto, 2006 - 22h54 GMT (19h54 Brasília)
 
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General da ONU pede reforços urgentes no Líbano
 
Foto: Associated Press - Um homem numa área bombardeada de Aita Ech Chaab, perto da fronteira israelense
Cessar-fogo entrou em vigor nesta segunda-feira
O chefe da força de paz internacional no Líbano, general Alain Pellegrini, pediu nesta segunda-feira que reforços militares sejam enviados ao país com urgência.

Segundo Pellegrini, o cessar-fogo vigente entre Israel e o grupo militante Hezbollah estará em risco se for monitorado apenas pelos dois mil soldados que ele comanda atualmente.

A resolução aprovada na última sexta-feira prevê que o número seja aumentado para 15 mil com contribuições do Líbano e de outros países, mas nenhum país assumiu um compromisso firme de enviar tropas até agora.

"Nesse momento, nós não temos nenhum comprometimento formal de nenhum contribuidor militar, mas obviamente nós continuamos com essas discussões", disse Pellegrini à agência de notícias Associated Press.

A idéia era que as tropas estrangeiras dessem apoio a militares libaneses, que seriam mobilizados para o sul do país, na formação de uma zona de distensão a cerca de 30 km da fronteira israelense. Mas divergências entre ministros do Líbano estão adiando o deslocamento de tropas libaneses.

"(As tropas estrangeiras) precisam chegar o mais rápido possível", disse Pellegrini à agência de notícias Associated Press. "Mas antes disso, há algo que precisa ser feito já - o deslocamento do Exército libanês."

Segundo Pellegrini, desarmar o Hezbollah é uma tarefa, também prevista na resolução da ONU, que cabe ao Líbano, não a tropas de paz. É justamente em torno do desarmamento que os ministros do Líbano estariam divergindo.

Israel, por sua vez, diz que não vai retirar todos os seus militares do Líbano até que sejam enviadas as tropas estrangeiras.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse que o cessar-fogo, em vigor desde as 2h de Brasília, está sendo respeitado.

Vitória

Tanto Israel como o Hezbollah dizem que se saíram vitoriosos do conflito que durou um pouco mais de um mês. O Hezbollah distribuiu panfletos parabenizando o Líbano por sua "grande vitória" e agradecendo aos cidadãos pela paciência durante o conflito.

"Nós estamos hoje diante de uma vitória estratégica, histórica, sem exageros", disse o líder do grupo, Hassan Nasrallah em uma pronunciamento na TV nesta segunda-feira.

Já o porta-voz do Ministério do Exterior de Israel, Mark Regev, disse que o "Estado dentro de um Estado" do Hezbollah tinha sido destruído, assim como sua habilidade de atacar soldados israelenses do outro lado da fronteira.

O presidente americano, George W. Bush, disse que o Hezbollah havia "sofrido uma derrota" e que a influência do grupo no Líbano vai diminuir.

Ainda nesta segunda-feira, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, anunciou que, apesar do cessar-fogo, o Exército de Israel vai continuar perseguindo líderes do Hezbollah no Líbano.

"Nós vamos continuar perseguindo-os em qualquer lugar, o tempo todo, e nós não pretendemos nos desculpar ou pedir autorização a ninguém", disse Olmert, em pronunciamento ao Parlamento israelense.

O primeiro-ministro também disse que o seu governo fará tudo para assegurar a libertação de dois soldados israelenses, cuja captura pelo Hezbollah em território israelense, no dia 12 de julho, deu início ao conflito.

O destino dos dois soldados está sendo discutido informalmente por comandantes militares de Israel e do Líbano.

Volta para casa

Milhares de pessoas desalojadas pelo conflito começaram a voltar para o sul do Líbano nesta segunda-feira, após o anúncio do cessar-fogo.

Apesar do movimento de pessoas deixando áreas como Beirute, a capital, rumo às áreas onde até domingo estavam ocorrendo combates, o Exército israelense afirmou que continua proibindo o tráfego de veículos ao sul do Rio Litani, que fica a cerca de 30 km da fronteira com Israel.

A proibição foi imposta na semana passada, quando Israel disse que iria atacar qualquer veículo que se movesse na região. O bloqueio aéreo e marítimo adotado por Israel no Líbano também continua.

No norte de Israel, as pessoas foram aconselhadas a permanecer em abrigos por enquanto.

O problema do retorno para milhares de libaneses não se limita às proibições israelenses. O próprio governo do Líbano alertou para o perigo de as pessoas retornarem às cidades do sul do país por causa do risco de encontrarem bombas que não explodiram.

Outro problema é que a infra-estrutura da região foi praticamente destruída, incluindo pontes, rede de eletricidade e o saneamento básico, além das casas propriamente ditas.

De acordo com um correspondente da BBC, Jim Muir, que estava na cidade libanesa de Bint Jbeil, onde houve violentos confrontos durante o conflito, a área está totalmente destruída.

Os únicos residentes que ele encontrou ali foram um homem e sua mulher portadora de deficiência física, que se refugiaram no hospital da cidade.

Atrito

O especialista em Diplomacia da BBC Jonathan Marcus disse que o acordo de cessar-fogo é bastante frágil.

Vários guerrilheiros do Hezbollah podem estar escondidos em áreas por onde as tropas israelenses avançaram e a possibilidade de atritos inesperados é grande, afirma Marcus.

Após o cessar-fogo, Israel afirmou que suas tropas revidarão se forem atacadas e que permanecerão no Líbano até que uma força internacional de paz tome o controle da região.

Durante o fim de semana, o líder do Hezbollah, Hassam Nasrallah, prometeu que seus militantes respeitariam o cessar-fogo, mas resistiriam a qualquer presença continuada das tropas israelense no Líbano depois que o acordo entrasse em vigor, gerando temores de novos combates.

Os ataques aéreos de Israel continuaram até 15 minutos antes do início do cessar-fogo, atingindo áreas no leste e no sul do Líbano, e pequenos incidentes foram noticiados após o fim das hostilidades.

 
 
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