01 de maio, 2006 - 10h54 GMT (07h54 Brasília)
Imigrantes ilegais nos Estados Unidos convocaram para esta segunda-feira um boicote nacional em favor da sua legalização e contra um endurecimento nas leis de imigração.
Milhões de pessoas devem faltar ao trabalho ou à escola, além de evitar gastar dinheiro, num esforço para mostrar o quanto os imigrantes são importantes para a economia americana.
O protesto, chamado “Um dia sem imigrantes”, espera ainda reunir passeatas com até meio milhão de pessoas em Los Angeles, Nova York, na Filadélfia e em outros Estados do sul do país.
As manifestações ocorrem enquanto o Congresso discute novas propostas envolvendo os imigrantes no país.
Uma delas, atualmente paralisada no Senado, facilita a legalização dos imigrantes. Mas outra aumenta as punições aos imigrantes ilegais e o controle nas fronteiras.
Cerca de 11,5 milhões de imigrantes ilegais vivem nos Estados Unidos, em sua maioria entrando no país pela fronteira com o México. Os manifestantes pedem a legalização desses imigrantes.
Comparação
Apesar disso, os líderes latinos dizem que o tamanho do protesto desta segunda-feira é difícil de ser previsto.
Algumas pessoas devem trabalhar, mas não comprarão nada. Outros participarão de protestos durante seus horários de almoço. Há ainda planos para serviços religiosos especiais, vigílias, piqueniques e correntes humanas.
Mas existe também o temor de que a ação possa gerar uma reação contrária, e algumas pessoas já questionam quantas pessoas realmente participarão do boicote.
O protesto também deve se espalhar para o México e outros países latino-americanos, onde têm sido planejados boicotes a produtos americanos por um dia.
Divisões
O boicote ocorre em meio às divisões no Congresso americano em relação ao projeto de reforma das leis de imigração.
Deputados de direita acreditam que muita ênfase foi colocada nos planos para dar cidadania aos imigrantes ilegais, sem a atenção à aplicação das leis atuais.
Um projeto bipartidário atualmente no Senado prevê o reforço na segurança de fronteira, mas também abre a possibilidade de os imigrantes ilegais conseguirem a cidadania e estabelece um programa de recepção de trabalhadores estrangeiros defendido há tempos pelo presidente George W. Bush.
A correspondente da BBC em Washington Sarah Morris diz que o impacto econômico do protesto deve ser sentido, mas que será mais difícil conseguir abrandar a posição dos grupos contra a imigração.