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Jornais europeus republicam caricaturas polêmicas de Maomé | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Jornais de quatro países da Europa republicaram nesta quarta-feira uma série de caricaturas que associam o profeta Maomé (ou Mohammed) ao terrorismo. Os desenhos já haviam sido publicados pelo diário dinamarquês Jyllands-Posten e causaram revolta entre os muçulmanos – provocando mal-estar diplomático entre a Dinamarca e o mundo islâmico e um boicote a produtos dinamarqueses no Oriente Médio. Alegando estar defendendo a liberdade de expressão, o francês France-Soir, o La Stampa italiano, o alemão Die Welt e o espanhol El Periodico também publicaram as caricaturas. A tradição islâmica proíbe a divulgação de desenhos ou imagens do profeta. A decisão polêmica dos jornais, porém, promete trazer repercussões e já custou o emprego do editor-chefe do France Soir, Jacques Lefranc. O dono do diário anunciou o afastamento do editor na noite de quarta-feira, em respeito às crenças religiosas. A organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras afirma que a reação às caricaturas retrata "uma falta de compreensão" no mundo árabe da liberdade de imprensa como "uma conquista essencial da democracia". 'Hipócritas' Em Berlim, o importante diário Die Welt levou à sua capa uma caricatura de Maomé vestindo um turbante em formato de bomba. O jornal argumentou que existe no Ocidente o direito à blasfêmia e indagou se o islã é capaz de lidar com as sátiras. "Os protestos dos muçulmanos seriam levados mais a sério se eles fossem menos hipócritas", dispara um editorial do jornal da Alemanha. Com a manchete "Temos o direito de fazer caricaturas de Deus", o France-Soir dedicou boa parte de sua primeira página a uma das charges, que retrata quatro deuses (budista, judaico, cristão e muçulmano) ao redor de uma nuvem. O deus cristão diz: "Não reclame, Muhammad (Maomé), nós todos tivemos nossas caricaturas publicadas aqui". As outras foram publicadas dentro do jornal, que diz que nenhum dogma religioso deve se impor em uma sociedade secular. Em resposta ao diário, o governo francês afirmou ser defensor da liberdade de imprensa, mas destacou que as crenças e religiões devem ser respeitadas. O teólogo francês Sohaib Bencheikh se pronunciou contra a decisão dos jornais de confrontar os manifestantes islâmicos com as caricaturas. "É preciso encontrar as fronteiras entre a liberdade de expressão e a liberdade para proteger o que é sagrado", escreveu ele numa coluna publicada ao lado das caricaturas no France-Soir. "Infelizmente, o Ocidente perdeu a noção sobre o que é sagrado." Dinamarca Na terça-feira, os escritório do jornal dinamarquês Jyllands-Posten, o primeiro a publicar os desenhos em setembro de 2005, tiveram de ser evacuados devido a uma ameaça de bomba. O jornal disse que não teve intenção de insultar o Islã, que proíbe qualquer representação física tanto do profeta Maomé como de Alá. Devido à publicação dos desenhos, a Líbia disse estar fechando sua embaixada na Dinamarca, e a Arábia Saudita chamou de volta ao país o seu embaixador. Ministros de 17 países árabes pediram às autoridades de Copenhague uma punição contra o Jyllands-Posten pelo conteúdo de suas sátiras. O governo dinamarquês lamentou as 12 caricaturas, mas recusou se envolver, citando liberdade de expressão. |
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