15 de novembro, 2005 - 23h55 GMT (21h55 Brasília)
Líderes mundiais e ativistas de organizações não-governamentais estão reunidos na Tunísia para a Conferência Mundial sobre a Sociedade da Informação da ONU, que começa nesta quarta-feira, com o objetivo de ajudar as nações pobres a se beneficiar da revolução digital.
Quase 10 mil participantes são esperados para o encontro, que se estende até a sexta-feira, na capital do país, Tunis.
O evento começa ofuscado por uma briga entre Estados Unidos e um grupo de países, que inclui China e Irã, em torno do controle da internet, e pelos temores sobre a liberdade de expressão na Tunísia.
Na última sexta-feira, uma jornalista do diário francês Libération foi espancada e esfaqueada por supostos policiais à paisana do lado de fora de seu hotel em Tunis, a capital desse país do norte da África.
O governo tunisiano negou que policiais tenham sido responsáveis pelo ataque. Porém, há novos relatos sobre abusos cometidos por policiais às vésperas do início da conferência da ONU contra jornalistas e grupos de direitos humanos.
Fundo solidário
De qualquer forma, o encontro será uma chance de se observar quão longe os governos têm ido em suas promessas para uma “sociedade da informação inclusiva”, apresentadas dois anos atrás na primeira conferência sobre o tema, realizada em Genebra.
Uma Declaração de Princípios e um Plano de Ação foram aprovados em Genebra como tentativa de encorajar governos e setores envolvidos na questão a combater a divisão digital, enquanto enfrentam o desafio de tornar a internet acessível a todos até 2015.
O encontro de Genebra desapontou muitos países depois que as nações ricas negaram apoio ao Fundo de Solidariedade Digital.
Com o objetivo de ajudar no financiamento de projetos de tecnologia nos países em desenvolvimento, o fundo foi finalmente lançado no início deste ano.
O fundo tem até o momento arrecadado apenas US$ 6,4 milhões em dinheiro. A ONU aproveitará o evento para tentar aumentar o fluxo de recursos para o fundo.