08 de novembro, 2005 - 01h01 GMT (23h01 Brasília)
O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, não conseguiu aprovar as mudanças no gabinete que pretendia porque parlamentares do seu próprio partido, o Likud, votaram contra dois dos três indicados.
O Parlamento inicialmente rejeitou os três nomes apresentados, mas em uma sessão posterior acabou aprovando a indicação do vice-primeiro-ministro Ehud Olmert para o cargo de ministro de Finanças.
Olmert substitui o líder da dissidência do Likud na retirada militar israelense de Gaza, Benjamin Netanyahu.
Netanyahu renunciou ao cargo em protesto à retirada, concluída em setembro após 38 anos de ocupação; a votação desta segunda-feira é entendida como uma demonstração de força dos dissidentes que o apóiam.
Os escolhidos de Sharon para as pastas da Imigração, Zeev Boim, e do Comércio, Roni Bar-On, foram vetados. Os dois foram acusados pela ala dissidente do Likud de apoiar a retirada de Gaza, que eles vêem como um incentivo à violência palestina.
A votação não só reflete as divisões internas do Likud, como gera questionamentos sobre a capacidade de Sharon governar até o fim do seu mandato, em novembro de 2006.
Segundo a agência de notícias Reuters, também há especulações de que o primeiro-ministro poderia deixar o Likud e ir para um partido de centro, capitalizando o apoio popular à retirada de Gaza.
A ala do Likud que é contra a retirada já havia alertado Sharon que não aprovaria o "pacote" das três nomeações, mas Sharon ainda assim resolveu tentar apresentá-las de uma só vez.
Diante da rejeição e a fim de assegurar a aprovação de Olmert, Sharon convocou uma reunião extraordinária de gabinete e depois submeteu apenas o seu nome ao Parlamento, em votação à parte. A indicação foi, então, aprovada por 71 contra 41 votos.