10 de maio, 2005 - 00h15 GMT (21h15 Brasília)
As autoridades do Equador colocaram o ex-presidente do país, Gustavo Noboa, sob prisão domiciliar, poucas semanas depois de seu retorno do exílio na República Dominicana.
Segundo o mandado de prisão entregue ao político em sua casa na cidade de Guayaquil, no domingo, ele está sendo investigado por irregularidades na forma como conduziu as conversações sobre a dívida externa do país.
O ex-presidente equatoriano nega as acusações.
Noboa disse que pretende iniciar uma batalha judicial e diplomática contra a medida, apresentando inclusive um apelo para a Organização dos Estados Americanos (OEA). Segundo Noboa, o novo governo de Alberto Palácios está desrespeitando os direitos humanos.
Os outros dois ex-líderes equatorianos que também enfrentam acusações deixaram o país. Abdala Bucaram, também um ex-presidente, está no Panamá, e o ex-vice-presidente, Alberto Dahik, encontra-se na Costa Rica.
Acusações
A Suprema Corte do Equador derrubou as acusações contra os três políticos em março, abrindo caminho para a sua volta ao país.
Mas as alegações foram reapresentadas em abril depois que o presidente Lucio Gutierrez - o sucessor de Noboa - foi retirado do cargo pelo Parlamento por violar a Constituição.
Gutierrez obteve asilo político no Brasil.
"Os olhos da América Latina estão fixos no Equador", disse Noboa em entrevista por telefone à televisão Canal 2 do Equador.
Segundo a agência de notícias AP, o ex-presidente não descartou a possibilidade de pedir novamente asilo à República Dominicana, onde passou quase dois anos.
O ministro do Interior do Equador, Mauricio Gandara, disse que está determinado a processar Noboa.
"Dahik e Bucaram fugiram do país", disse ele. "Não vai acontecer o mesmo com Noboa, que deve responder na Justiça pelas acusações que pesam contra ele."