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20 de abril, 2005 - 05h04 GMT (02h04 Brasília)

Bento 15 ficou para a história como pacificador

A escolha do nome do papa é geralmente um tributo a um de seus antecessores e Joseph Ratzinger escolheu homenagear o pontífice Bento 15, que usou o seu papado no início do século passado para tentar levar paz a uma Europa tomada pela Primeira Guerra.

Bento 15, que assumiu a Igreja no primeiro ano do conflito (1914), enfrentou a difícil tarefa de liderar a instituição em países católicos que estavam se enfrentando nos campos de batalha.

Ele protestou publicamente contra o uso de armas de destruição em massa, como gases venenosos, e chegou a propor um plano para acabar com a guerra.

Embora o plano não tenha sido seguido, algumas das suas medidas foram incorporadas pelo então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, na sua oferta de paz.

Diálogo com o Oriente

O último papa Bento também ficou para a história como um bom administrador e por suas tentativas de se aproximar do Islamismo e da Igreja Ortodoxa.

A escolha do nome pode revelar um outro lado do cardeal, conhecido por suas posturas conservadoras, tanto no que que diz respeito à doutrina como à moral.

Afinal, Bento 15 foi visto como um pacificador, que tentou construir pontes entre as Igrejas do Ocidente e do Oriente, um desafio que Bento 16 também terá de enfrentar.

Durante o seu breve papado, Bento 15 – cujo nome de batismo era Giacomo Della Chiesa – também canonizou a heroína francesa do século 15 Joana D'Arc, num passo que ajudou na restauração de laços diplomáticos entre a França e o Vaticano.

A prática de escolher um nome surgiu depois de séculos de história da Igreja católica. Até o ano 533, os pontífices simplesmenta adotavam os seus primeiros nomes. A tradição começou com o papa João 2º, cujo nome de batismo era Mercúrio. Ele achou que não poderia liderar a instituição com o nome de um rei pagão.

Bento significa benção em latim.