06 de março, 2005 - 13h17 GMT (10h17 Brasília)
O remanejamento das tropas que a Síria mantém no Líbano vai começar nesta segunda-feira, após um encontro entre os presidentes dos dois países, segundo o ministro da Defesa libanês, Abdel Rahim Mrad.
O presidente da Síria, Bashar Al-Assad, vai se reunir com seu colega libanês, Émile Lahoud, em Damasco.
O plano de remanejamento das tropas sírias foi anunciado no sábado por Assad.
Ele prometeu que as tropas serão deslocadas para a região do vale de Bekaa e depois para a própria fronteira entre o Líbano e a Síria.
Algumas horas depois do pronunciamento, uma ministra síria, Buthaina Shaaban, disse à BBC que os soldados do país vão passar para o outro lado da fronteira assim que for logisticamente possível.
Mas o governo dos Estados Unidos afirmou que o plano é “insuficiente”.
Em um comunicado divulgado após o discurso, o Departamento de Estado americano voltou a cobrar a retirada completa dos cerca de 15 mil militares sírios que estão no país vizinho.
“Como o presidente (George W.) Bush disse na sexta-feira, quando os Estados Unidos e a França dizem retirada, nós queremos dizer retirada completa”, disse o comunicado.
Beirute
A Grã-Bretanha e a França também anunciaram que esperam que a retirada completa das tropas sírias ocorra o mais rápido possível.
Já o governo de Israel descreveu o discurso de Assad como uma “evasão”.
Por sua vez, o principal líder da oposição libanesa, Walid Jumblatt, disse que o anúncio de Assad era um “começo positivo”, mas cobrou um cronograma mais claro para a retirada das tropas.
Em Beiture, cerca de mil pessoas assistiram ao discurso de Assad em uma praça no centro da cidade, lançando gritos de “Fora Síria” e criticando o país vizinho.
A correspondente da BBC na capital libanesa Kim Ghattas disse que o que mais aborreceu muita gente em Beirute foi o tom usado por Assad durante o pronunciamento.