|
Maremoto deve ter matado 150 mil pessoas, diz ONU | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
A Organização das Nações Unidas, ONU, diz que o número de mortos pelo maremoto no Oceano Índico já pode ser de 150 mil pessoas. O coordenador das operações de emergência da organização, Jan Egeland, ressalta, porém, que o exato número de vítimas talvez nunca seja conhecido. O tremor de 9.0 na escala Richter atingiu gravemente o sudeste asiático e ainda partes do oeste da África, em 26 de dezembro. Comunidades e vilarejos inteiros foram varridos do mapa pela força de ondas gigantes, conhecidas como tsunami. Segundo o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, os esforços para ajudar os sobreviventes são "uma corrida contra o tempo". Annan se encontrou nesta sexta-feira com o secretário de Estado americano, Colin Powell, para discutir formas de acelerar a distribuição de suprimentos às vítimas. Os Estados Unidos afirmaram que vão destinar US$ 350 milhões aos países afetados. Um valor 10 mais alto do que o previamente anunciado. Após receber algumas críticas de que havia se "distanciado da tragédia", o governo americano já havia subido para US$ 35 milhões sua doação original. Lentidão A ajuda internacional está chegando lentamente às regiões atingidas. Equipes de ajuda afirmam que a operação está sendo atrasada por graves problemas de distribuição. Um porta-voz da organização Médicos Sem Fronteiras disse que devastação não era uma palavra forte o suficiente para definir o que ela viu no norte da ilha indonésia de Sumatra, a região mais atingida pelo maremoto. Powell fará parte de uma delegação que o presidente americano, George W. Bush, vai enviar às áreas atingidas neste domingo. No total, mais de US$ 1 bilhão foram doados às vítimas, segundo a ONU. Os primeiros aviões americanos carregando suprimentos chegaram a Banda Aceh, a região mais destruída pelo maremoto, na Indonésia, na sexta-feira. Tropas a bordo de um porta-aviões vão tentar ajudar as pessoas na ilha de Sumatra, onde fica a província de Aceh. A ONU acredita que milhões de pessoas que sobreviveram ao tsunami estejam agora ameaçadas pelas condicões precárias, como falta de água potável, de alimentos e de abrigo. Acesso impossível O governo da Indonésia admitiu pela primeira vez que não tem condições de fornecer um número preciso de mortos na tragédia.
O vice-presidente Yusuf Kalla disse à imprensa em Banda Aceh que o número de vítimas fatais na região, hoje em 79.940, pode passar de 100 mil. Ele disse ainda que o governo chegou a esta conclusão após fazer vôos de reconhecimento em locais inacessíveis da costa oeste da ilha de Sumatra, onde fica a província de Aceh. Agências de ajuda dizem que pode demorar ainda mais alguns dias para que elas consigam ter acesso a essas áreas. No Sri Lanka, governo e rebeldes do grupo Tigres Tâmeis estão trabalhando juntos nas operações de resgate de forma inédita, segundo as agências humanitárias. Médicos dos dois lados estão atendendo os doentes e feridos e os Tigres Tâmeis disseram aceitar doações internacionais. O Fundo de Alimentação da ONU (FAO) começou a distribuir refeições quentes para desabrigados no norte do país. O número oficial de mortos no país é de 28.505. Milhares de pessoas ainda estão desaparecidas. Infra-estrutura
O governo indiano está transferindo os sobreviventes do maremoto das ilhas de Andaman e Nicobar para acampamentos. Mais de 7 mil sobreviventes foram levados de avião para instalações provisórias em Port Blair, capital regional. Algumas pessoas acusam o governo de não distribuir ajuda dentro dos campos, dizendo que elas não teriam nada para comer nem beber se não fosse pela generosidade dos moradores da área. As autoridades indianas recusaram a ajuda estrangeira nas ilhas, alegando que poderiam fazer a distribuição sozinhas.
Estima-se que 700 pessoas tenham morrido nas ilhas e outras oito mil no continente. A Indonésia anunciou ainda que vai ser a sede de um encontro internacional de doadores para a tragédia no dia 6 de janeiro. Nos aeroportos e centros de distribuição, os estoques de suprimentos já estão se acumulando. O transporte de ajuda foi paralisado por causa de falta de helicópteros. |
| |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||