Milhares de pessoas compareceram ao enterro neste domingo dos dois meninos albaneses cujas mortes em Kosovo, na terça-feira, provocaram os últimos conflitos.
As tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) haviam reforçado a segurança em sua cidade natal, Cabra (norte da província) para evitar mais violência durante o enterro. Não houve incidentes.
Pelo menos 28 pessoas morreram no domingo nos confrontos que se seguiram, e espera-se que milhares de pessoas participem dos funerais.
A Sérvia decretou um dia de luto neste domingo pelas vítimas da violência. Kosovo deve realizar o dia de luto na segunda-feira.
Milhares de sérvios foram expulsos das suas casas nos confrontos entre a população albanesa e a minoria sérvia.
Fundo especial
As autoridades albanesas anunciaram a criação de um fundo especial para a reconstrução de casas e igrejas de sérvios destruídas nos protestos, que deixaram centenas de feridos.
Pelo menos 15 igrejas católicas ortodoxas e mais de cem casas foram destruídas pelos albaneses.
Cerca de 1,1 mil sérvios e não-albaneses foram abrigados em acampamentos da Otan, enquanto outros fugiram para regiões sérvias, como a cidade de Gracanica.
O comandante da Otan em Kosovo, almirante Gregory Johnson, chegou a comparar os episódios de violência à prática de limpeza étnica.
Ele também disse acreditar que parte da violência tenha sido orquestrada e que soldados da força de paz da Otan em Kosovo estão investigando se as pessoas de origem albanesa teriam planejado os ataques.
Os choques em Kosovo são os piores desde 1999, quando as tropas da Otan passaram a atuar na província pertencente à Sérvia e Montenegro para por fim a anos de violência.