Um avião com membros do grupo militante libanês Hezbollah, libertados em uma troca de prisioneiros com Israel, chegou na noite desta quinta-feira ao aeroporto de Beirute.
Milhares de pessoas com bandeiras do Líbano receberam os integrantes do Hezbollah. O presidente do Líbano, Emile Lahoud, também participou da recepção.
Em troca, o Hezbollah libertou um empresário israelense. Outros 400 prisioneiros palestinos também foram libertados por Israel.
Cada lado enviou prisioneiros a uma base aérea na Alemanha, onde as identidades foram conferidas antes de Israel dar o sinal para a libertação em massa de palestinos. Uma segunda etapa da troca de prisioneiros depende de iniciativas de ambos os lados.
'Preço alto'
A troca em Colônia foi o resultado de três anos de negociações e foi adiante apesar de um atentado suicida em um ônibus em Jerusalém, nesta quinta-feira, que matou pelo menos dez pessoas.
Políticos israelenses criticaram a troca, dizendo que isso pode reforçar grupos militantes e estimular futuros seqüestros. Também houve reclamações do lado palestino, com alegações de que a maioria dos prisioneiros libertados já estavam com sua libertação marcada.
Entre importantes prisioneiros libertados está Sheikh Abdel Karim Obeid, líder proeminente do Hezbollah e que estava preso em Israel havia 15 anos.
A troca começou com a confirmação por autoridades israelenses de que três corpos entregues pelo Hezbollah eram dos soldados desaparecidos Adi Avitan, Benyamin Avraham e Omar Sawayed, que tinham sido capturados perto da fronteira com o Líbano em outubro de 2000.
O Hezbollah tinha confirmado pela primeira vez que os três estavam mortos em transmissão pela televisão na noite de quarta-feira.
Os guerrilheiros também libertaram o empresário israelense Elhanan Tannenbaum, que tinha sido seqüestrado. Ele chegou a Colônia no mesmo vôo que transportou os restos mortais dos soldados.
Cerca de 35 prisioneiros árabes e um cidadão alemão acusados de espionagem, que estavam presos em Tel Aviv, também chegaram na Alemanha, o que ajudou a conclusão do acordo.
Os ex-prisioneiros foram embarcados em vôos para Tel Aviv e Beirute, para retornar a suas casas.
Decepção
Em Israel, prisioneiros palestinos estavam detidos em ônibus e seriam liberados depois da confirmação oficial de que a troca em Colônia tinha ido adiante.
Muitos beijaram o chão quando chegaram às barreiras militares nas áreas palestinas de Gaza e da Cisjordânia, onde foram recebidos sob aplausos de parentes.
Mas alguns disseram que deixavam para trás uma sensação de decepção nas prisões.
Mussa Qattash, 22, que estava na prisão há mais de 2 anos por atirar uma bomba incediária em um carro israelense, disse que companheiros de prisão choraram quando souberam que não estavam na lista dos que seriam libertados.
Nas prisões israelenses estão detidos cerca de 7.500 palestinos, a maioria deles presa durante os três anos do levante contra a ocupação da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
"Eles consideravam essa sua única e última chance de serem libertados", disse ele à agência de notícias Associated Press.
Ainda desaparecido
Novas trocas de prisioneiros ainda devem ser acertadas entre Israel e o Hezbollah.
Israel disse que seu objetivo em liberar integrantes graduados do Hezbollah era usá-los como moeda de barganha por informação sobre um piloto desaparecido.
O navegador israelense Ron Arad desapareceu depois que seu avião se espatifou no Líbano, em 1986.
Notícias sobre o seu paradeiro podem ser asseguradas em troca da libertação de Samir Qantar, militante libanês que está preso em Israel desde 1979.