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Dificuldade no visto reduz turismo brasileiro nos EUA
As novas exigências para a entrada de brasileiros nos Estados Unidos devem reduzir ainda mais o número de turistas viajando ao país, na avaliação de agências de turismo. O movimento que caiu drasticamente depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, começava a se recuperar quando o governo americano instituiu, em meados de 2003, o visto de trânsito mesmo para quem só fazia conexão nos Estados Unidos. As agências acreditam que a identificação dos brasileiros nos aeroportos americanos deve ser um novo desestímulo para quem quer viajar para aquele país. ''Quando começava a melhorar o governo americano dificultou a concessão de visto e o movimento caiu 90%'', diz o diretor de operações da Mondial Turismo, Célio Demétrio. Ele conta que, antes de setembro de 2001, vendia 40 a 50 pacotes turísticos para os Estados Unidos por mês. ''Agora são cinco, seis pessoas. Às vezes só um casal'', lamenta. Para evitar reclamações, ele só vende as passagens para quem já tem o visto na mão. ''Muitas pessoas estão tendo o visto recusado'', justifica. Em troca, muitos turistas estão preferindo roteiros na Europa ou viajando para destinos dentro do Brasil. O agente de viagens Carlos Fernandes, da Nexus Turismo, também diz que seus clientes estão tendo mais dificuldade para conseguir o visto americano. ''E o consulado nem aceita mais a nossa intermediação. Só pessoalmente ou através de despachantes credenciados'', diz Fernandes. A medida vale mesmo para quem mora em outros Estados, que tem que comparecer pessoalmente ao consulado de São Paulo ou Brasília. No ano passado, ele teve uma família de clientes do Paraná que deixou de viajar porque teve o visto recusado. Apesar da boa situação financeira da família, de fazendeiros, as autoridades americanas negaram o documento. O visto de trânsito também criou novas rotas para quem vai para os países asiáticos. África do Sul e Europa viraram opções de conexão para quem antes trocava de avião nos Estados Unidos para seguir para o Japão ou outros países da região. Com isso, os vôos para a Europa também ficaram mais cheios a partir do ano passado. Reciprocidade A Polícia Federal de São Paulo simplificou nesta segunda-feira o procedimento de identificação dos americanos que chegam no Brasil. Em vez de tirar as digitais dos dez dedos, está carimbando apenas o polegar direito, o que torna o processo mais rápido. Além disso, os agentes tiram fotos dos americanos segurando um pedaço de papel com um número, numa pose semelhante ao ''fichamento'' de suspeitos e acusados nas delegacias. Ao contrário dos Estados Unidos, onde todo o procedimento é automático e digital, a reciprocidade brasileira é toda feita manualmente. A identificação dos americanos que desembarcam no Brasil obedece à decisão do juiz Julier Sebastião Silva, do Mato Grosso, baseado no princípio de reciprocidade do direito internacional. Também cumprindo determinação do juiz, o governo brasileiro pediu ao governo americano que os brasileiros sejam dispensados da formalidade, mas ainda não recebeu resposta. O governo brasileiro também informou que vai analisar a possibilidade de recorrer, através da Advocacia Geral da União (AGU) e do Ministério das Relações Exteriores, da decisão do juiz. A embaixadora americana no Brasil, Donna Hrinak, não quis comentar o assunto nesta segunda, mas a posição oficial do governo americano é de que ''o governo brasileiro tem o direito de tomar as medidas que julgar necessárias para a entrada de estrangeiros no país''. |
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