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Mentor de atentado em Bali é condenado à morte

Um indonésio de 33 anos de idade, perito em computadores, foi condenado à morte nesta quarta-feira pela acusação de organizar o atentado a bomba em Bali que deixou 202 mortos em outubro do ano passado.

Os juízes afirmaram que as acusações contra Abdul Aziz, mais conhecido como Imam Samudra, foram confirmadas por "provas conclusivas" de que o réu teve um papel estratégico crucial nos atentados em Bali e foi, na verdade, o mentor dos ataques.

Quando o veredicto foi anunciado, Imam Samudra começou a gritar o verso "Allahu Akbar" ("Deus é grande") diversas vezes e continuou aos gritos à medida em que era retirado do tribunal pela polícia.

Os advogados do réu afirmaram que vão apelar contra o veredicto.

Imam Samudra é o segundo acusado de promover os atentados em Bali condenado à morte. O javanês Amrozi Bin Nurhasyim recebeu a mesma sentença em agosto.

'Sem atenuantes'

Durante o julgamento, os promotores argumentaram que Imam Samudra coordenou a operação ao selecionar possíveis alvos em Bali e decidir que papel teriam os militantes islâmicos que realizaram os atentados.

Ao justificar a opção pela pena de morte, a juíza Ifa Sudewi afirmou que não haviam fatores atenuantes para amenizar a sentença.

De acordo com Sudewi, citada pela agência de notícias francesa France Presse, Imam Samudra cometeu "um crime fora do comum, um crime contra a humanidade".

O acusado negou ter organizado os atentados em Bali, mas disse ao tribunal que os ataques foram justificados.

Imam Samudra disse que estava feliz com o número de estrangeiros mortos nos atentados em Bali, mas lamentava a morte de 38 indonésios no ataque.

O militante islâmico afirmou ainda que estava pronto para enfrentar a sentença porque acreditava que a morte o aproximaria de Deus.

Como outros acusados de participação nos atentados em Bali, Imam Samudra foi aluno de Abu Bakar Ba'asyir, um líder islâmico indonésio condenado a quatro anos de prisão na semana passada por traição.

Ba'asyir é apontado por autoridades indonésias como líder espiritual do Jemaah Islamiah, grupo militante islâmico que atua na região.

Tanto o líder religioso como Imam Samudra negaram qualquer envolvimento com o Jemaah Islamiah.