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18 de junho, 2003 - 09h40 GMT (06h40 Brasília)

Soldados dos EUA atiram em iraquianos em Bagdá

Soldados americanos abriram fogo contra iraquianos que realizavam um protesto do lado de fora do antigo palácio presidencial, em Bagdá.

Os manifestantes eram ex-soldados que perderam seus empregos depois que o administrador civil interino do Iraque, Paul Bremer, decidiu reformular as Forças Armadas do país, no mês passado.

Há informações de que os manifestantes atacaram equipes de jornalistas e veículos da ONU que estavam na área no momento dos protestos.

Vários manifestantes teriam ficado feridos e, segundo a agência de notícias France Presse, pelo menos um deles morreu.

Pedras

A France Presse informou que até 300 ex-soldados participaram do protesto e que o manifestante morto, na faixa dos 60 anos, teve seu corpo carregado para o interior do palácio presidencial.

A multidão tentou apedrejar os soldados e também jornalistas que estavam cobrindo o tumulto. Segundo a agência de notícias Reuters, pelo menos um cinegrafista foi atingido pelas pedras.

A decisão de Paul Bremer de desmantelar as forças de segurança iraquianas seria parte do esforço para afastar do poder pessoas ligadas ao Partido Baath, do ex-presidente Saddam Hussein.

Estima-se que até 400 mil iraquianos que trabalhavam nas Forças Armadas, serviços de segurança, de informação e de defesa tenham ficado sem emprego.

Empecilho

O incidente desta quarta-feira coincide com a publicação no jornal britânico Financial Times de uma entrevista da ministra de Desenvolvimento Internacional da Grã-Bretanha, Valery Amos.
Secretária adiou visita ao Iraque
Secretária adiou visita ao Iraque

Na entrevista, a ministra disse que as forças americanas e britânicas precisam intensificar seus esforços para colocar ordem no Iraque, porque o caos no país está prejudicando os esforços de reconstrução do país.

Amos disse que os americanos e britânicos não conseguiram antecipar a dimensão dos problemas que teriam nas semanas seguintes à queda de Saddam Hussein.

“A situação no tocante à segurança, que precisamos acertar para ter condições de seguir em frente com o esforço de reconstrução, está prejudicando as coisas um pouco”, disse.

A secretária está tão preocupada com a falta de segurança no país que decidiu adiar uma viagem iria fazer ao Iraque.