Bases aéreas americanas no Iraque são alvo de mísseis

Crédito, Reuters
(Matéria atualizada às 14h36 de 08/01/2020)
Pelo menos duas bases aéreas que abrigam tropas americanas no Iraque foram atingidas por dezenas de mísseis balísticos iranianos, segundo confirmou o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
A Guarda Revolucionária do Irã afirmou que os ataques às bases de Ayn Al-Asad e Irbil nesta terça-feira (7) são uma retaliação à morte do principal líder militar do país, o general Qasem Soleimani, na sexta-feira, e alertou que bases de aliados dos EUA também podem sofrer retaliações.
O comandante iraniano foi morto em uma ação com drones ordenada pelo presidente americano, Donald Trump. Os ataques ocorreram poucas horas após seu funeral. Não se sabe se há vítimas.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou que o ataque foi um "tapa na cara" dos americanos e pediu o fim da presença dos Estados Unidos no Oriente Médio.
Na mesma linha, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse que a "resposta final" do Irã à morte de Soleimani seria a "expulsão de todas as tropas americanas da região".
Segundo o primeiro-ministro do Iraque, Adel Abdul Mahdi, o país foi avisado pelos iranianos da iminência de um ataque, mas recebeu também a informação de que ele teria apenas áreas com tropas americanas como alvo. Não há relatos de vítimas iraquianas, afirmou.
Trump comentou os bombardeios no Twitter e insistiu que "está tudo bem", apesar de afirmar não haver conhecimento ainda sobre vítimas.
"Está tudo bem! Mísseis lançados do Irã em direção a duas bases militares localizadas no Iraque. Avaliação de danos e vítimas acontecendo agora. Por enquanto, tudo bem! Temos as forças militares mais poderosas e bem equipadas do mundo, de longe! Farei um pronunciamento amanhã de manhã."
No discurso, feito na tarde desta quarta (8), o presidente americano afirmou que os mísseis balísticos iranianos não feriram soldados americanos ou iraquianos, causaram "danos mínimos" e que a resposta, por enquanto, será o aumento de sanções econômicas contra Teerã.
"Vamos continuar a avaliar nossas opções e aplicaremos sanções adicionais até que o Irã mude seu comportamento", afirmou Trump, chamando o país de "maior patrocinador do terrorismo" no mundo.
Segundo ele, as tropas dos EUA estão preparadas "para tudo". O Irã, no entanto, "parece estar se acalmando, o que é bom para todas as partes envolvidas e muito bom para o mundo", disse.
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Crédito, EPA
Horas após o ataque, um avião comercial ucraniano caiu no Irã, pouco depois da decolagem. Não há indício de ligação entre as duas ocorrências.
Diversas companhias aéreas anunciaram, entretanto, que estão evitando os espaços aéreos do Irã e do Iraque em meio ao aumento da tensão na região.
É o fim da escalada no conflito?
Os bombardeios desta madrugada representam o ataque mais direto do Irã aos Estados Unidos desde a invasão da Embaixada americana em Teerã em 1979.
O ministro da Defesa do Irã afirmou que a resposta do país a qualquer retaliação americana será proporcional à ação dos EUA.
Mas Javad Zarif, ministro das Relações Exteriores do Irã, escreveu no Twitter que trata-se de uma autodefesa e que o país não está buscando uma escalada de tensões ou guerra.
"O Irã adotou e concluiu medidas proporcionais de legítima defesa, de acordo com o artigo 51 da Carta das Nações Unidas, em direção a bases a partir das quais saíram ataques armados covardes contra nossos cidadãos e funcionários de alto escalão. Não buscamos uma escalada (dos conflitos) ou guerra, mas nos defenderemos de qualquer agressão", diz o tuíte.
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Qual é a situação das tropas americanas no Iraque?
Os Estados Unidos têm hoje 5.000 homens no Iraque, cuja missão é evitar a ressurgência do Estado Islâmico na região.
O presidente americano afirmou nesta semana que uma retirada das tropas do país seria a pior coisa que poderia acontecer ao país.
Ele fez os comentários após a divulgação de uma carta, que, segundo o Exército americano foi enviada por engano, ao primeiro-ministro iraquiano que sugeria que os Estados Unidos estariam "reposicionando" seus homens no país.
Reações aos ataques
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alertou que Israel reagiria duramente a qualquer ataque e afirmou que o presidente Donald Trump deveria ser parabenizado por agir "rapidamente, corajosamente e firmemente" ao assassinar Soleimani.
Mahdi, o primeiro-ministro do Iraque, pediu cautela de ambos os lados e ressaltou que a crise poderia gerar uma "guerra devastadora no Iraque, na região e no mundo".
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, advertiu o Irã a não repetir os ataques "perigosos e inconsequentes".
A França, os Emirados Árabes e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) também pediram a redução das tensões.
Mais cedo, a rede de notícias estatal do Irã já havia se posicionado sobre o ataque com mísseis balísticos.
"Alertamos todos os aliados dos americanos, que cederam suas bases às forças militares terroristas (dos EUA), que qualquer território que é o ponto de origem de atos agressivos contra o Irã serã atingidos", diz uma nota transmitida pela agência de notícias estatal do Irã IRNA.
A Casa Branca, por sua vez, diz que está ciente da ação iraniana.
"Estamos cientes dos relatos de ataques às instalações dos EUA no Iraque. O presidente foi informado e está monitorando a situação de perto e consultando sua equipe de segurança nacional", disse a porta-voz da Casa Branca Stephanie Grisham em comunicado.



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