As reações do Brasil à invasão da Ucrânia: Itamaraty pede fim de hostilidades; Mourão compara ação da Rússia ao nazismo

Hamilton Mourão

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Mourão defendeu ações mais 'significativas' por parte do Ocidente em resposta à invasão russa
    • Author, Leandro Prazeres
    • Role, Da BBC News Brasil em Brasília

A invasão da Ucrânia por tropas russas começou nas primeiras horas de quinta-feira (24/2) e provocou reações de diversos países ao redor do mundo.

No Brasil, as respostas do governo à invasão ainda estão limitadas às manifestações do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e do vice-presidente, Hamilton Mourão.

O presidente Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre o assunto.

O ataque das tropas russas a territórios da Ucrânia aconteceu após um anúncio feito pelo presidente Vladimir Putin em cadeia de TV.

Ele disse que a intenção não era "ocupar" a Ucrânia, mas alertou que as reações à operação militar russa seriam respondidas com gravidade.

Na segunda-feira, Putin havia anunciado o reconhecimento das regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, no leste da Ucrânia.

A crise acontece pouco mais de uma semana depois de Bolsonaro ter visitado Putin em Moscou.

Na ocasião, sem mencionar a crise na fronteira da Rússia com a Ucrânia, Bolsonaro disse que o Brasil era "solidário" à Rússia e que ele acreditava que Putin buscava a paz.

Bolsonaro em silêncio

Bolsonaro discursando

Crédito, EPA

Legenda da foto, Presidente brasileiro visitou Putin em Moscou

Até agora, porém, Bolsonaro não se manifestou publicamente sobre o assunto.

Em seu perfil no Twitter, as postagens das últimas 24 horas se referem às eleições deste ano, a descriminalização do aborto na Colômbia, a morte da cantora de forró Paulinha Abelha, obras no interior de São Paulo e um evento sobre esportes.

Em sua página no Facebook, as postagens no período são semelhantes, além de incluírem vídeos curtos sobre sua viagem ao interior de São Paulo.

De acordo com sua agenda oficial, Bolsonaro viajou na manhã desta quinta-feira para o estado de São Paulo para participar de inauguração de obras em São José do Rio Preto e na capital paulista.

'Grave preocupação'

O Itamaraty divulgou uma nota por volta das 11h desta quinta-feira.

O texto não condena explicitamente as ações russas, mas afirma que o país acompanha as operações militares na região com "grave preocupação" e pediu a "suspensão imediata das hostilidades".

"O governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia. O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil", diz um trecho da nota divulgada pelo Itamaraty.

Além da nota divulgada pelo Itamaraty, a Embaixada do Brasil em Kiev divulgou orientações aos brasileiros que vivem no país.

Pessoas fugindo da Ucrânia

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Invasão da Ucrânia por tropas russas começou nas primeiras horas de quinta-feira

O embaixador do Brasil na Ucrânia, Norton Rapesta, disse à BBC News Brasil que os brasileiros em regiões afetadas pelo conflito serão evacuados. Ele, porém, não deu detalhes sobre como essa evacuação seria feita.

Em seus canais oficiais na internet, a embaixada orientou os brasileiros que vivem no país a deixaram a Ucrânia em direção a países a oeste.

A embaixada também recomendou que os brasileiros evitem localidades próximas a instalações militares e estacoes de energia, potenciais alvos de ataques russos.

A BBC News Brasil apurou que diplomatas brasileiros participam de uma reunião de emergência neste momento para avaliar a crise na Ucrânia.

Mourão compara ação russa com Alemanha nazista

O vice-presidente, Hamilton Mourão, por sua vez, usou um tom mais crítico ao comentar o assunto. Ele comparou as ações russas na Ucrânia às ações da Alemanha nazista comandada por Adolf Hitler entre os anos 1930 e 1940.

"Se o mundo ocidental pura e simplesmente deixar que a Ucrânia caia por terra, o próximo será a Bulgária, depois os Estados bálticos, e assim sucessivamente, assim como a Alemanha hitlerista fez nos anos 30", disse Mourão, segundo o jornal O Globo.

Mourão defendeu, ainda, ações mais "significativas" por parte do Ocidente em resposta à invasão russa. Segundo ele, a mera imposição de sanções à Rússia não é suficiente.

"O mundo ocidental está igual ficou em 1938 com Hitler. Faz um apaziguamento. Putin não respeita o apaziguamento. Essa é a realidade. Se não houver uma ação bem significativa... E na minha visão, meras sanções econômicas, que é uma forma intermediária de intervenção, não funcionam. Vamos lembrar que o Iraque passou mais de 20 anos com sanções econômicas. Nada mudou. O Irã está há não sei quanto tempo com sanção econômica. Também nada mudou", disse o vice-presidente.

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