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Aids avança na Ásia e atinge 38 milhões no mundo, diz ONU | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Cerca de 38 milhões de pessoas estão infectadas com o vírus da Aids no mundo todo. Desses, 1,6 milhão vivem na América Latina. Apenas em 2003, 4,8 milhões de pessoas foram contaminadas, e 2,9 milhões morreram por causa da doença. Esses números foram divulgados nesta terça-feira pela agência das Nações Unidas para a Aids, a Unaids, que faz um relatório global sobre a doença a cada dois anos. Segundo o relatório, apesar da atenção do mundo estar voltada para a África, o número de pessoas com o vírus vem crescendo de maneira alarmante em países do Leste Europeu e da Ásia. Só na Índia, por exemplo, 5,1 milhões de pessoas estão infectadas, o que equivale a uma em cada sete pessoas com o vírus no mundo todo. Esse é o maior número de pessoas infectadas fora da África do Sul. O Brasil é citado como modelo no combate à doença, mas um alerta é feito sobre a infecção de grupos de alto risco no país. Apesar de a Aids atingir menos de 1% da população total do país, em algumas cidades, o número de pessoas infectadas chega a ser maior que 60% entre os usuários de drogas injetáveis. Na América Latina, em 2003, cerca de 84 mil pessoas morreram de Aids, e 200 mil contraíram o vírus. Entre jovens de 15 a 24 anos, 0,5% de mulheres e 0,8% de homens tinham a doença no final de 2003. Nos países da América do Sul, quase todas as infecções são causadas pelo uso de drogas injetáveis e por sexo entre homens. Prevenção A agência da ONU também alerta para o crescimento da Aids entre as mulheres. No mundo todo, quase metade das pessoas entre 15 e 49 anos infectadas é de mulheres. Na África, essa proporção chega a 60%. Segundo a Unaids, as campanhas de prevenção atingem apenas uma em cada cinco pessoas no mundo, e a melhor forma de aumentar esse alcance é combinar a promoção do uso de preservativos com o incentivo à redução do número de parceiros sexuais e até abstinência. O relatório diz que as campanhas poderiam evitar 29 milhões das 45 milhões de infecções projetadas até 2010. De acordo com o relatório, o Brasil conseguiu reduzir as taxas de infecção investindo em campanhas de conscientização, incluindo programas específicos para usuários de drogas injetáveis e profissionais do sexo, além da realização de testes da doença. O relatório também cita o aumento substancial na distribuição de camisinhas no mundo todo, mas diz que ainda há muito a ser feito. A oferta de camisinhas ainda é 40% menor do que o necessário. Na África do Sul, entre 2000 e 2002, a distribuição aumentou 70%. No Brasil, entre 1996 e 2000, o total de venda de camisinhas cresceu cerca de 62%. A Unaids também alerta que cerca de 5 a 6 milhões de pessoas precisam de tratamento nos países em desenvolvimento, mas que apenas 7% dos soropositivos têm acesso a medicamentos. No Brasil, o governo estima que o tratamento antiretroviral resultou em uma economia de cerca de US$ 2,2 bilhões em tratamentos hospitalares que seriam usados por portadores da doença caso não tivessem acesso ao medicamento. Segundo o governo brasileiro, o tratamento também contribuiu para uma redução de 50% nas taxas de mortalidade, e 70% de redução em internações hospitalares entre soropositivos. Para lidar com o surto, a Unaids estima que serão necessários US$ 12 bilhões por ano até 2005 e US$ 20 bilhões por ano até 2007. |
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