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Quase três mil morreram e muitos outros podem jamais ter nascido

Médicos nos Estados Unidos afirmam que mulheres que estavam fazendo tratamento para engravidar na época dos ataques de 11 de setembro, em Nova York, podem ter se tornado inférteis por causa do estresse vivido naquele momento.

A descoberta foi anunciada no encontro da American Society for Reproductive Medicine em San Antonio, no Texas.

Os pesquisadores ouviram quase 400 pacientes em uma clínica de fertilidade em Manhattan.

Eles concluíram que as mulheres que descobriram estar grávidas depois de setembro de 2001 tinham 25% mais chances de sofrer um aborto natural do que aquelas que sabiam que estavam esperando um bebê antes dos ataques.

Estresse extra

As grávidas que passam por um estresse muito grande têm mais risco de perder o bebê, mas as mulheres que estavam fazendo tratamento para engravidar na época dos ataques de 11 de setembro se tornaram ainda mais vulneráveis.

Elas tiveram que lidar com a pressão do tratamento de fertilidade juntamente com o estresse provocado pelos ataques terroristas contra Nova York em 2001.

Steve Spandon, do Centre for Reproductive Medicine and Fertility (Centro de Medicina Reprodutiva e Fertilidade), em Nova York, acredita que enquanto a poeira e a fumaça da queda das torres do World Trade Centre podem ter afetado a saúde das pessoas, o estresse também teve uma influência enorme sobre elas.

"Lembro de ver alguns de meus pacientes na televisão perguntando onde estavam seus maridos ou mulheres, onde eles podiam ser encontrados", disse Spandon.

Spandon acrescentou que alguns de seus pacientes eram bombeiros. Os sobreviventes foram muito afetados pela morte de mais de 300 colegas.

"Infelizmente algumas pessoas jamais conseguirão engravidar apesar de obviamente esperarmos pelo oposto", disse o médico.